"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 17 de junho de 2017

DEFESA DE PALOCCI DIZ QUE O PAGAMENTO A MARQUETEIROS FOI FEITO POR MANTEGA

Resultado de imagem para palocci italiano charges
Charge do Humberto (Arquivo Google)
A defesa de Antonio Palocci, ex-ministro nos governos Lula e Dilma, disse que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi o responsável pelos pagamentos ilegais feitos pela Odebrecht em contas dos marqueteiros petistas João Santana e Monica Moura, na Suíça. Os advogados de Palocci não citaram nominalmente Mantega, mas fizeram uma indicação indireta a ele. A defesa destacou trechos do depoimento de Marcelo Odebrecht, herdeiro da empreiteira baiana, para apontar a responsabilidade de Mantega quando dos pagamentos ao marqueteiro após 2011.
“Importante ressaltar que os valores constantes da planilha “Italiano” não eram destinados ao acusado, mas sim ao Partido, de forma que, após Antônio Palocci deixar o governo, o montante passou a ser gerido por terceira pessoa, como resta claro do interrogatório de Marcelo Odebrecht”
PROPINA DO PT – Apontaram trecho do depoimento de Marcelo Odebrecht em que o empresário diz que os valores não eram para Palocci ou Mantega, mas sim para Partido dos Trabalhadores. Em seguida, apontam a data das transferências para indicar a responsabilidade para Mantega.
“Não por acaso, todos os pagamentos realizados em favor dos corréus Mônica Moura e João Santana no exterior foram realizados a partir de 19.07.2011, período em que o acusado já não mais exercia cargo público algum, e durante o qual o crédito existente a favor do Partido dos Trabalhadores por ele já não era mais gerido, segundo o próprio corréu Marcelo Odebrecht”, diz o documento da defesa.
A defesa de Palocci também contestou a delação do executivo Fernando Migliaccio, um dos responsáveis pelo setor de propinas da Odebrecht, que disse que Branislav Kontic, assessor de Palocci, ia até a empresa pegar dinheiro.
SEM PROVAS – “Em primeiro lugar, deve-se atentar que não há prova nos autos, fora a palavra de réus colaboradores, de que o corréu Branislav Kontic ia à empresa Odebrecht buscar dinheiro em espécie”, diz o documento. “Afora os interrogatórios dos colaboradores nenhuma outra prova alicerça seus depoimentos.”
E usa o caso do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), flagrado levando R$ 500 mil de propina da JBS numa mala, para apontar uma incongruência do depoimento do delator da Odebrecht.
Para pedir absolvição de Palocci, os defensores também alegam que o processo contra o ex-ministro não deve ser conduzido na Justiça Federal de Curitiba. O argumento é de que a Petrobras não é estatal, mas sim empresa de economia mista, portanto não deveria ser julgada na esfera federal.
SAIR DE CURITIBA – Os advogados também apontam para o fato de que a sede da empresa fica no Rio de Janeiro, não em Curitiba. “Importante frisar, para logo, que o fato de a vestibular fazer menção à administração da Petrobras não se convola em motivação jurídica idônea apta a atrair a competência da jurisdição federal, quanto mais a do Estado do Paraná”, diz o documento.
As alegações finais são a última manifestação da defesa antes da sentença do juiz Sergio Moro. A peça foi protocolada pelos advogados Alessandro Silverio, Bruno Vianna e Sylvio Silveira Filho. Palocci contratou recentemente os advogados Adriano Bretas e Tracy Reinaldet, especialistas em acordos de delação premiada.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Como se vê, Palocci não nega o caixa 2, apenas tenta tirar o corpo fora, alegando que Mantega é que operava. “Toma que o filho é teu”, parece dizer Palocci, repetindo aquele samba “Nega Maluca”, de Evaldo Rui, que até hoje faz sucesso aqui na Tropicália. (C.N.)

17 de junho de 2017
Wálter Nunes
Folha

Nenhum comentário:

Postar um comentário