A situação de Michel Temer piora com o passar dos dias, assim como estão cada vez mais complexas suas manobras para permanecer no cargo a qualquer preço. Preocupado em chegar ao final do mandato ileso e impune, Temer vem enfrentando problemas com os desdobramentos das investigações da Operação Lava-Jato, em especial as iniciadas após as delações dos irmãos Joesley e Wesley Batista, dono do Grupo J&F, controlador da JBS.
Com a prisão do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), flagrado pela Polícia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil, propina paga pela JBS, Temer vem perdendo o sono por causa de um possível acordo de colaboração premiada a ser negociado com as autoridades pelo ex-assessor palaciano. Se a negociação prosperar, Michel Temer terá de repensar a decisão de ficar no governo até 31 de dezembro de 2018.
Como se não bastasse, o fato de o coronel aposentado João Batista Lima Filho (PM de São Paulo) ser alçado à mira da Lava-Jato ajudou para piorar o desespero que ronda o terceiro andar do Palácio do Planalto, onde fica o gabinete presidencial.
O coronel Lima foi acusado de ter recebido da JBS R$ 1 milhão em propina, segundo delação de Florisvaldo Caetano de Oliveira, contador da JBS. O dinheiro, conforme apontam as investigações, teria sido utilizado para pagar despesas de Michel Temer, entre elas a reforma da filha do presidente, Maristela Temer. Os envolvidos no escândalo rebatem a acusação, mas alguns dos que participaram da obra começam a revelar detalhes dos pagamentos.
Na panela de pressão em que se transformou o Palácio do Planalto, um ingrediente novo chama a atenção nessa receita explosiva. Arlon Vianna, então assessor de Temer na Vice-presidência da República, foi escalado pelo peemedebista para coordenar uma reforma na casa de Norma Tedeschi, mãe da primeira-dama Marcela Temer.
Arlon é tesoureiro do PMDB em São Paulo e amigo do coronel Lima, outro coringa do staff do presidente Michel Temer. Arlon Vianna diz que não participou da tal reforma, mas o Palácio do Planalto já confirmou que o assessor foi incumbido da missão de comandar a obra na casa da sogra do presidente da República.
Por questões óbvias e conhecidas, os protagonistas do escândalo negam as acusações, enquanto Michel Temer tenta desqualificar a delação do empresário Joesley Batista. Acontece que Joesley chegou ao Brasil há poucos dias e desde então vem colaborando com os investigadores da Lava-Jato. Nesta sexta-feira (16), Joesley detalhou às autoridades o encontro com Michel Temer nos porões do Palácio do Jaburu, na calada da noite, e confirmou o conteúdo da conversa.
17 de junho de 2017
ucho.info
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