"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 17 de junho de 2017

ASSESSORES PREPARARAM PARA TEMER UM TEXTO EM QUE ELE ABREVIARIA O MANDATO

BRASÍLIA, DF, 21.05.2017: MICHEL-TEMER - O presidente Michel Temer concede entrevista exclusiva à Folha na biblioteca do Palácio da Alvorada em Brasília. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)
Padilha e Moreira convenceram Temer a recuar
No dia 18 de maio, antes de subir ao púlpito com o brasão presidencial para bradar que não renunciaria, Michel Temer leu uma outra versão do discurso que poderia mudar completamente o rumo da crise que engolfava seu governo após a delação da JBS. Uma preliminar do pronunciamento, segundo a coluna Radar, da revista “Veja”, foi entregue ao presidente, sugerindo que ele entregasse o cargo e convocasse eleições gerais ainda para este ano.
A Folha apurou que a primeira versão do texto foi levada a Temer pelo secretário especial de Comunicação da Presidência da República, Márcio de Freitas, e pelo marqueteiro Elsinho Mouco. No entanto, segundo relatos de integrantes do governo, a ideia era não dar cara de renúncia ao eventual ato do presidente, mas sim de abreviação do fim de seu mandato ou do período que o peemedebista costuma chamar de “transição”.
PADILHA E MOREIRA – Desde o dia anterior, Temer tentava traçar uma estratégia diante da divulgação de que a gravação de uma conversa entre ele e o empresário Joesley Batista revelaria que o presidente deu aval para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.
Aconselhado pelo seu núcleo político, principalmente pelos ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil), Temer descartou a possibilidade de fazer o discurso por eleições gerais e disse que adotaria outro tom, de enfrentamento, porque não havia cometido nenhum crime.
Márcio e Elsinho refizeram então o texto, que foi lido por Temer na tarde daquela quinta-feira (18). “Não renunciarei. Repito: não renunciarei. Sei o que fiz e sei a correção dos meu atos”, declarou.
TODOS NEGAM – Procurado pela reportagem, o assessor Freitas afirmou que não conhece proposta de eleições gerais e que “não se discutiu renúncia em nenhum momento ou nenhum texto”.
Um dos principais aliados e conselheiros, o ministro Moreira Franco também disse à Folha que “nunca existiu” uma versão diferente do texto que foi lido.
Hoje investigado por corrupção, obstrução de Justiça e formação de organização criminosa, Temer perderia a prerrogativa de foro privilegiado caso renunciasse.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Fica explicado por que o jornalista Ricardo Noblat anunciou no site de O Globo que Temer ia renunciar. Até então, Temer era amigo pessoal de Noblat e até compareceu ao aniversário do jornalista, no restaurante Piantella. Deu a informação a Noblat, em primeira mão, mas depois mudou de idéia, por pressão de Padilha, Moreira e do resto da cúpula do Planalto. Portanto, a nota da coluna Radar, de Maurício Lima, e a matéria da Folha têm fundamento. (C.N.)

17 de junho de 2017
Deu na Folha

Nenhum comentário:

Postar um comentário