A chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer deve ser julgada pelo Tribunal Superior Eleitoral na semana que vem e acredito que será discutida a separação da prestação de contas da campanha de Temer. Acho que a tese que vai ter a maioria é de que ficou provado que o então vice-presidente não teve participação nas negociações ilegais que o PT fez para financiar as eleições. O ministro Herman Benjamin, relator do processo, vai pedir a cassação integral de Dilma/Temer, e vai ser apresentada no plenário uma proposta de divisão da chapa.
Se não for dividida a chapa, é impossível Temer se salvar, porque há provas contundentes de que houve abuso de poder econômico na campanha. Acho que, de uma maneira ou de outra, Temer não vai ser cassado, vai levar adiante até 2018, apresentando recursos que podem levar muito tempo até chegar ao Supremo Tribunal Federal. Mas tenho a impressão de que, ao final, prevalecerá a tese de divisão de responsabilidades na chapa.
29 de março de 2017
Merval Pereira
O Globo
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