"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 3 de julho de 2016

BOATOS EM BRASÍLIA SOBRE DENÚNCIAS DO SUPREMO E DO STJ ENVOLVEM KAKAY


Francisco Falcão, presidente do STJ, está no epicentro da crise




















Em Brasília, não se fala em outra coisa. Desde a manhã deste sábado, quando “O Globo” começou a circular e a coluna do jornalista Jorge Bastos Moreno foi postada no site do jornal, às 9 horas da manhã, a boataria ganhou força e não cessa. Todo mundo quer saber quem é o advogado que está fazendo acordo prévio de delação premiada e decidiu entregar tudo o que sabe acerca da corrupção em geral e, mais especificamente, a respeito de gravíssimas irregularidades envolvendo ministros do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça.
Sob o título “Bomba! Bomba!”, a nota de Moreno é realmente explosiva e faz o seguinte relato:
Renomado advogado, considerado um dos melhores do país, soube que estava na mira das investigações. Não pensou duas vezes: procurou investigadores para oferecer tudo que sabe sobre o Judiciário — e relatou detalhes das relações nada republicanas com integrantes do Superior Tribunal de Justiça e também do Supremo Tribunal Federal.
Detalhe: entregou nome de ministros. Quem teve acesso às negociações diz que não vai sobrar pedra sobre pedra quando a delação for fechada. Nem a delação da Odebrecht, considerada a mais importante de todas até aqui, deverá superar a desse nobre causídico.
E DIZ O ANTAGONISTA – Na sexta-feira, o site “O Antagonista” já tinha jogado lenha nessa boataria que agita Brasília, ao publicar, às 9 horas da manhã, a seguinte nota:
O presidente do STJ, Francisco Falcão, é alvo de um pedido de inquérito da PGR (Procuradoria-Geral da República). Segundo Delcídio Amaral, ele participou – juntamente com Dilma Rousseff e José Eduardo Cardozo – da manobra para nomear Navarro Dantas ao tribunal e soltar Marcelo Odebrecht. O Antagonista soube agora que Francisco Falcão foi citado pelos delatores da Odebrecht. O STJ tem de ser passado a limpo. E Dilma Rousseff tem de ser presa.
No sábado,  depois da nota de Moreno, o “Jornal do Brasil Online” publicou às 11h19m um editorial sobre a boataria, cobrando:
Pela importância institucional dessas duas Cortes para o país, elas devem imediatamente ingressar com ações e informar a opinião pública desses fatos que abalam a estrutura da segurança nacional, se a delação de fato for verdadeira. Deixar que a opinião pública fique intranquila com seus ministros que dão a tranquilidade institucional ao país é muito perigoso. Espera-se que os presidentes dessas duas Casas esclareçam a população a respeito dessas denúncias em curso, caso elas sejam confirmadas e comprovadas.
OS BOATOS SÃO ANTIGOS – Na verdade, essa boataria já está circulando há dois meses, antes mesmo do afastamento da presidente Dilma Rousseff, que ocorreu a 12 de maio.
Como dizia o colunista Ibrahim Sued, em sociedade tudo se sabe. Mas até agora o que realmente se sabe é que os insistentes boatos que circulam nos bastidores do poder indicam que o advogado que Moreno menciona em sua coluna é um dos mais importantes criminalistas do país, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que participa da Lava Jato desde o início, como representante do doleiro Alberto Youssef, que soltou o fio da meada de toda a trama da corrupção na Petrobras. E Kakay deixou de ser advogado de Youssef justamente quando o doleiro resolveu fazer delação premiada.
ENCONTRO COM BAIANO, EM PARIS – Sabe-se também que, em outubro de 2014, o criminalista se reuniu em Paris com Fernando Soares, conhecido como “Fernando Baiano”, operador do PMDB na corrupção da Petrobras. Esse encontro aconteceu logo depois da notícia sobre a delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, que fortaleceu as investigações da Lava Jato.
Esses boatos que agitam os bastidores de Brasília e ainda não têm confirmação, são precedidos de uma piada sem graça – “Kakay cai ou não cai” – que circula na cúpula do poder em Brasília há pelo menos dois meses. Em breve, saberemos a verdade dos fatos. Por enquanto, a situação é exatamente esta. O que podemos informar é que a boataria realmente se refere a Kakay. Vamos aguardar.

03 de julho de 2016
Carlos Newton

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