"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

TEMER SUSPENDE NOMEAÇÕES ATÉ APROVAÇÃO DE LEI DAS ESTATAIS

Presidente em exercício afirmou que só serão indicados para cargos nas empresas do governo pessoas com "alta qualificação técnica"

Presidente interino Michel Temer(Ueslei Marcelino/Reuters)

Em pronunciamento à imprensa nesta segunda-feira, o presidente da República em exercício, Michel Temer (PMDB), afirmou que não vai fazer nenhuma nomeação para cargos de empresas do governo enquanto não for aprovada a chamada Lei de Responsabilidade das Estatais. O projeto, que foi aprovado no Senado em março deste ano e agora deve ser apreciado pela Câmara, estabelece regras de transparência na administração de estatais e fundos de pensão, como Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Petros, Funcef e Casa da Moeda.

"Mandamos paralisar qualquer nomeação de empresa estatal ou fundo de pensão enquanto não for aprovado o PL que dispões sobre estatais. De maneira muito objetiva, só serão indicados e nomeados pessoas com alta qualificação técnica", afirmou Temer. O anúncio da medida é uma tentativa de impor uma agenda positiva ao governo interino que, nos últimos dias, passou a ser alvo de críticas por manter no ministério políticos investigados em casos de corrupção. "Se conseguirmos aprovar o projeto ainda essa semana, teremos dado mais um passo", completou ele.

Nesta segunda-feira, reportagem do jornal Folha de S. Paulo revelou o teor do despacho em que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal, pede a abertura de inquérito para apurar a participação do ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, no petrolão. Nele, Janot afirma que Alves atuou em favor da OAS em troca de recursos para a campanha do Rio Grande do Norte, em 2014, da qual saiu derrotado. Em menos de um mês de governo, Temer já teve duas baixas em seu primeiro escalão: Romero Jucá (Planejamento) e Fabiano Silveira (Transparência), que apareceram em gravações do ex-presidente da Transpetro Sergio Machado.

Além de melhorar a política de governança das estatais, o projeto de lei visa barrar o aparelhamento das empresas por partidos políticos. Em uma das cláusulas, o texto veta a indicação para os conselhos de administração de pessoas que exerceram atividade político partidária nos dois anos anteriores à nomeação e até 12 meses após deixar o posto.

Transporte de órgãos - O presidente interino também aproveitou a ocasião para anunciar que a Força Aérea Brasileira (FAB) terá um avião reservado exclusivamente para o transporte de órgãos. "Para nossa tristeza cívica, nós verificamos que a notícia registrava que não havia avião. Publicaremos amanhã um decreto que determina à Aeronáutica que se mantenha permanentemente um avião no solo à disposição para qualquer chamado para o transporte destes órgãos. Portanto, não haverá mais essa deficiência", disse Temer.

A fala acontece um dia depois de o jornal O Globo revelar que a FAB se recusou a transportar 153 órgãos para transplante, entre 2013 e 2015. Nessas mesmas datas, a reportagem verificou que a Aeronáutica atendeu 716 requisições de voos de ministros e de presidentes do Supremo Tribunal Federal, Senado e Câmara. "O número era muito significativo e preocupante", comentou ele. Pacientes terminais que precisavam de um transplante com urgência chegaram a morrer devido à falta de aeronaves.


06 de junho de 2016
Eduardo Gonçalves
Veja

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