A compra de uma casa avaliada em pelo menos R$ 4 milhões pela ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, revelada pelo Correio Braziliense, servirá como pista para investigadores da Operação Zelotes traçarem o “caminho do dinheiro” que, acreditam eles, foi usado para cobrir serviços de “corretagem” e tráfico de influência por decisões no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Como mostrou o jornal em fevereiro, Erenice adquiriu um imóvel no Lago Sul, em 2014, usando a intermediação de um contador, alvo da Operação Acrônimo, e de uma empresa controlada pelo marido. A ex-ministra disse ao jornal que comprou a residência com dinheiro de origem legal.
NA CASA CIVIL
Erenice deixou a Casa Civil em 2010, após suceder a então candidata à Presidência Dilma Rousseff, por suspeita de tráfico de influência e corrupção. Em 2012, a maior parte das investigações foi arquivada, mas uma delas foi reaberta, conforme noticiou o Correio em 27 de março.
Investigadores da Zelotes avaliam que a informação sobre a aquisição da residência é importante. Há mais de um mês, procuradores e policiais traçaram o que é preciso fazer para dar continuidade à apuração.
De acordo com um deles, a alegação de que a ex-ministra usou um intermediário para fugir de especulação imobiliária na compra do imóvel é frágil. Mas ainda há muita coisa a ser investigada.
QUEBRA DO SIGILO
A força-tarefa diz que há centenas de informações da quebra de sigilo bancário da ex-ministra para analisar. Ela está entre as cerca de 300 pessoas e empresas que foram alvo desse tipo de medida ordenada pelo juiz da 10ª Vara Federal de Brasília, Vallisney Oliveira.
As informações que a Zelotes tem sobre os negócios de Erenice com o setor elétrico não passaram despercebidas pelos investigadores. No entanto, se houver indícios de irregularidades nisso, as evidências deverão ser enviadas a delegados e procuradores que atuam em outras operações.
ENVOLVIMENTO DIRETO
Erenice tem relação com réus condenados da Zelotes. Em 2010, um laudo da PF relatou que ela que e seu irmão Antônio Carvalho “negociaram com José Ricardo Silva (ex-conselheiro do Carf) a nomeação de pessoas para ocuparem posições” no colegiado.
Anos depois, José Ricardo, que era julgador no órgão, se uniu a Erenice na defesa da empresa de telecomunicação Huawei em um processo no próprio Carf. Investigadores da Zelotes dizem possuir uma mensagem de correio eletrônico que comprova que a ex-chefe da Casa Civil foi quem indicou José Ricardo para o conselho.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Informação do colunista Ilimar Franco, de O Globo, revela que Erenice está nas mesmas condições de Lula, em profunda depressão, e tem recorrido a pastores evangélicos de Brasília, na esperança de conseguir escapar da Justiça. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Informação do colunista Ilimar Franco, de O Globo, revela que Erenice está nas mesmas condições de Lula, em profunda depressão, e tem recorrido a pastores evangélicos de Brasília, na esperança de conseguir escapar da Justiça. (C.N.)
06 de junho de 2016
Eduardo Militão
Correio Braziliense
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