A morte de Cassius Clay, que alterou seu nome para Muhammad Ali, promoveu o encontro na história do box que o conduz à eternidade, juntando-se com Joe Louis, outro grande pugilista americano que, com ele combateu o autoritarismo e o racismo, num dos momentos mais graves da história da humanidade.
Cassius Clay se recusou a lutar na Guerra do Vietnã, condenando assim a intervenção militar norte-americana no sudeste da Ásia.
Joe Louis nocauteou o alemão Max Schemeling em 1929, na véspera da Segunda Guerra Mundial. Estava em jogo o cinturão de ouro e Hitler transformou o combate num confronto racial, tentando exaltar sua tese da superioridade branca.
A luta foi no Madison Square Garden e Joe Louis venceu logo no primeiro assalto, derrubando a tese hitlerista contida na base do Nazismo. Louis manteve o título até 1948. Foi o período mais longo em que um campeão peso pesado tenha se mantido à frente do box e saiu sem ser derrotado. Voltou dois anos depois, mas esta é outra questão.
Antes de Louis, o corredor Jesse Owens na Olimpíada de 36 em Berlim havia derrubado a ideia da valorização atlética da raça branca sobre a negra, vencendo a prova dos 100 metros e levando Hitler a se retirar do Estádio Olímpico para não colocar a medalha de ouro no seu peito. Hoje a avenida em que se localiza o Estádio Olímpico de Berlim tem seu nome gravado para sempre.
SURGE CASSIUS CLAY
A luta contra o racismo e o autoritarismo atravessou o tempo até a época em que Cassius Clay despontou como campeão da Olimpíada de Roma em 1960.
Ingressou no boxe profissional (naquele tempo as Olimpíadas eram restritas a atletas amadores) e se consagrou nos ringues a partir da vitória sensacional contra Sony Liston.
Era o início de sua epopeia. Mas sua jornada heroica como as de Louis e Owens colidiu com a escalada norte-americana na guerra do Vietnã, a partir de 65, no governo do presidente Lindon Johnson.
Convocado a integrar as forças militares negou-se a colocar sua figura, já famosa, à disposição de uma política de Washington, contra a qual se rebelava e condenava.
Ingressou no boxe profissional (naquele tempo as Olimpíadas eram restritas a atletas amadores) e se consagrou nos ringues a partir da vitória sensacional contra Sony Liston.
Era o início de sua epopeia. Mas sua jornada heroica como as de Louis e Owens colidiu com a escalada norte-americana na guerra do Vietnã, a partir de 65, no governo do presidente Lindon Johnson.
Convocado a integrar as forças militares negou-se a colocar sua figura, já famosa, à disposição de uma política de Washington, contra a qual se rebelava e condenava.
Por isso, foi cassado o título de campeão do mundo, mas sua atitude marcou um episódio bastante forte junto à opinião pública, não só americana mas mundial.
A guerra do Vietnã prolongou-se e houve o final do governo Richard Nixon, derrubado pelo escândalo de Water Gate. Durante a Guerra do Vietnã, que terminaria em 75, morreram mais de 500 mil pessoas.
Um absurdo, uma calamidade, pois a solução terminou sendo a mesma que poderia ter acontecido já em 65.
A Guerra do Vietnã acabou em 75, mas as forças americanas começaram a se retirar em 73. Foi por causa da participação de Washington no conflito que Cassius Clay aderiu ao islamismo.
A guerra do Vietnã prolongou-se e houve o final do governo Richard Nixon, derrubado pelo escândalo de Water Gate. Durante a Guerra do Vietnã, que terminaria em 75, morreram mais de 500 mil pessoas.
Um absurdo, uma calamidade, pois a solução terminou sendo a mesma que poderia ter acontecido já em 65.
A Guerra do Vietnã acabou em 75, mas as forças americanas começaram a se retirar em 73. Foi por causa da participação de Washington no conflito que Cassius Clay aderiu ao islamismo.
DE VOLTA AO BOXE
Retornando ao boxe, Ali retomou o título por dois caminhos: uma decisão da Suprema Corte devolveu-lhe o cinturão, que perdeu para Joe Fraizer no primeiro embate. No segundo venceu a revanche: o cinturão voltou às suas mãos. Ali o manteve mais uma vez, derrotando George Foreman num combate histórico realizado no Zaire.
Mohammad Ali tornou-se uma figura mundial. Participou ativamente da campanha de Martin Luther King por igualdade dos direitos civis. Colocou sua imagem ao lado das posições corretas, como afirmou o presidente Barak Obama na mensagem pública sobre sua morte. Com isso acrescenta-se à história de Alí a confirmação por parte de um presidente dos EUA do erro catastrófico que foi a invasão do Vietnã. Nem Ali nem Obama mudaram a história do mundo, mas deixaram marcado sua posições de crítica e de inconformismo com acontecimentos do passado recente.
Este é o legado maior que deixam para o futuro com suas mensagens de liberdade, democracia e respeito aos direitos humanos. Obama e Ali vão ficar na história ao lado de Owens e Joe Louis, um político portanto entre atletas negros que destruíram o mito da supremacia racial. Somos todos iguais, todos filhos de Deus.
06 de junho de 2016
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