O capitalismo como sistema de produção existe desde a antiguidade, com propriedade privada dos meios de produção e escolhas individuais sobre o quê, quanto e para quem, mantendo o uso do mecanismo de mercados para alocar os recursos. Sintetizando, a principal característica do capitalismo (perfeito ou imperfeito) é a descentralização do sistema de escolhas.
A partir do Século XV, principalmente com as grandes navegações, o capitalismo se desenvolveu muito, tendo como base principal o comércio. A partir do Século XVIII, com a máquina a vapor e a revolução industrial na Inglaterra, deu um grande salto, tendo a indústria como mais uma base. E a partir da segunda metade do Século XX, deu mais uma acelerada, tendo como nova base o mercado financeiro.
Como nos mostra o economista francês Thomas Piketty na obra “O Capital no Século XXI”, primorosamente analisada na Tribuna da Internet por Moacir Pimentel, a riqueza/renda sob a atual fase de predominância de capitalismo financeiro, está se concentrando nos 1% mais ricos, especialmente nos 0,1% do topo da pirâmide social, o que leva a desequilíbrio crescente do sistema.
TESE DE PIKETTY
Podemos resumir a tese de Piketty como: “Os ricos estão ficando mais ricos, numa proporção maior, do que os pobres estejam ficando menos pobres”.
Semana passada, corajosamente o ministro da Indústria e Comércio da Argentina, Rogélio Frigério, declarou que seu país hoje tem 30% de pobres ( abaixo da classe média e alta) e que cerca de10% deles, “dormem com fome”.
Me parece que essa proporção é a mesma no Brasil, e é com ela que o governo Temer/Meirelles deveria trabalhar.
IMPORTANTE PROBLEMA
Piketty é importante porque chama atenção para esse importante problema do capitalismo.
Será que Karl Marx, que escreveu no auge do capitalismo de fase industrial (1848 – 1883), e previu o fim do capitalismo industrial pelo agravamento de suas contradições internas, não estaria certo agora com a perspectiva do capitalismo financeiro? Só o futuro dirá.
03 de junho de 2016
Flávio José Bortolotto
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