AS ESFINGES DE CAPA PRETA VÃO DETONAR OS CORRUPTOS
Tem notícia muito mais importante que o previsível desmentido esfarrapado de Dilma Rousseff sobre o uso de dinheiro de propinas da Petrobras custeando seus gastos pessoais - conforme prova que a Procuradoria Geral da República pretende usar em processos da Lava Jato. Pode até piorar a situação de Dilma o fato de o cabeleireiro Celso Kamura informar que seus serviços eram pagos pela própria Presidenta ou pela agência Pólis, do marketeiro João Santana, um dos presos e prováveis ilustres delatores premiados na Lava Jato.
Fato ultra relevante para o mercado foi a Operação Esfinge, que nesta sexta-feira prendeu, preventivamente, o ex-coordenador-geral de Fiscalização da Receita Federal, Marcelo Fisch de Barredo Menezes, e sua mulher, Mariangela Defeo Menezes. O casal é suspeito de comandar um esquema que movimentou R$ 6 bilhões em dinheiro público, pagando cerca de R 70 milhões em propinas, manipulando licitações, desviando recursos, lavando dinheiro e corrompendo em contratos com a Casa da Moeda e outros órgãos.
O escândalo tem repercussões político-econômicas de altíssimo nível porque mexe com o Sistema de Controle da Produção de Bebidas. Mais conhecido pela sigla Sicobe, o mecanismo controla, registra, grava e transmite os dados da produção à Receita Federal, para que seja feita a tributação do produto. O temor no mercado é que dirigentes de grandes cervejarias, que possam ter sido favorecidos e que tenham pago propinas por isso, terminem alvos da Polícia Federal e, mais adiante, fechem os hoje temidos acordos de "colaboração premiada" para detonar o andar de cima da política. A previsão é que o escândalo mexa com empresários muito próximos do ex-Presidente Lula.
Enquanto a Esfinge não devora os ilustríssimos corruptos, Dilma Rousseff segue pt da vida com o delator Nestor Cerveró - que confirmou que ela sabia de tudo e tinha relação muito próxima com os promotores de falcatruas na Petrobras, sendo até beneficiária de benesses que pagavam algumas de suas despesas pessoais. Dilma já sabe que, assim que for afastada definitivamente da Presidência da República até agosto, também será alvo de processos movidos por investidores brasileiros e estrangeiros da Petrobras. Como presidente do Conselho de Administração da companhia, Dilma tinha pleno domínio de todos os fatos que aconteciam por lá.
Não vale a pena embarcar em especulações idiotas sobre eventuais senadores que estariam desistindo de apoiar o impeachment. O afastamento de Dilma é inevitável. A saída definitiva dela é dada como favas contadas não só no especulativo mercado, mas principalmente no cético submundo da inteligência militar e empresarial (setores que andam juntos, sempre que é conveniente). Dilma não tem qualquer chance de retorno, mesmo com a falastrice e os faniquitos da petelândia em algumas manifestações pontuais e nas redes sociais - onde nunca os petistas tiveram hegemonia, embora gastem milhões para financiar seus "MAVs" (Militantes em Ambiente Virtual).
A Lava Jato é um caminho sem volta para seus corruptos. Alguns, no máximo, poderão adiar os efeitos das punições - que podem até demorar, porém chegarão um "juízo final". Dependendo do volume da limpeza institucional, podem ser criadas todas as pré-condições objetivas para uma profunda intervenção constitucional. Não existe qualquer chance de "golpe militar" em seu sentido tradicional, com algum General assumindo o caudilhesco papel de ditador. No entanto, cresce a possibilidade concreta de que o Brasil seja mudado pela via intervencionista, a fim de neutralizar e romper com a governança do crime organizado. Quem não apostar suas fichas neste movimento pode se dar mal na hora do "juízo final".
Como o Presidento Interino Michel Temer sabe disso, ele trabalha com intenções de curtíssimo prazo. O objetivo imediatíssimo é consolidar o impedimento de Dilma, para que se torne Presidente de fato e de direito, se possível a tempo da abertura dos jogos olímpicos do Rio de Janeiro, daqui a 60 dias. Até lá, operando com projeções até o final do ano, Temer espera que consiga destravar a economia em brutal recessão. Temer aposta todas as fichas do sucesso em Henrique Meirelles - aquele bom amigo de Lula (e agora do Michel Lulia) que acaba de se livrar de um auxiliar que andava jogando contra o time: Tarcísio Godoy deixou a Secretaria-executiva do Ministério da Fazenda.
Quem assume a posição de "braço direito" de Meirelles é Eduardo Guardia - que era diretor executivo de produtor da BM&F Bovespa. Guardia já foi Secretário do Tesouro Nacional na Era FHC. O curioso é que, no time econômico de Temer, os poderosos da Bolsa de Valores ganham proeminência. Não foi à toa que o ex-presidente do Conselho de Administração da Bolsa, Pedro Parente, aceitou a presidência da Petrobras. Os rentistas agora têm certeza absoluta que com Parente e Guardia na equipe de Temer, quem ganha mais poder ainda é Edemir Pinto - o grande timoneiro da bolsa. A aposta, mais que uma esperança, é que se abra uma mega temporada de grandes negócios bilionários.
Uma das previsões é que os negócios sejam turbinados com um montante previsto de R$ 21 bilhões em recursos a serem repatriados por brasileiros. O grande problema é definir o volume de dinheiro que tenha sido enviado para fora ilegalmente - ou que seja fruto de negócios ilícitos com a administração pública brasileira. A equipe econômica, o Ministério Público e membros da cúpula do Judiciário querem analisar, atentamente, as regras na Lei de Repatriação aprovadas na Era Dilma, para que o movimento não sirva, majoritariamente, para uma gigantesca e descarada "esquentação" de grana da corrupção. Os futuros negócios não podem ser melados por suspeitas de alta sacanagem...
Exatamente por isso, não dá mais para o Brasil ficar refém da desgovernança do crime organizado. As mudanças profundas virão. O processo é irreversível. A inteligência do mercado financeiro norte-americano anda trabalhando pesadamente por aqui. As instâncias do judiciário nunca receberam tanto apoio e incentivo para cumprirem seu dever institucional, como nos últimos tempos pós-Lava Jato. Nesta guerra do fim dos imundos, de todos contra todos, é preciso ficar atento ao movimento de depuração entre a turma do judiciário e a do "judasciário"...
Vale insistir: as esfinges de capa preta, com apoio estratégico e operacional inteligente, estão prontas para devorar muitos corruptos. Se Michel Temer der apoio efetivo e concreto ao movimento pode se dar bem. Do contrário, pode planejar a aposentadoria forçada para breve...
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
03 de junho de 2016
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
Tem notícia muito mais importante que o previsível desmentido esfarrapado de Dilma Rousseff sobre o uso de dinheiro de propinas da Petrobras custeando seus gastos pessoais - conforme prova que a Procuradoria Geral da República pretende usar em processos da Lava Jato. Pode até piorar a situação de Dilma o fato de o cabeleireiro Celso Kamura informar que seus serviços eram pagos pela própria Presidenta ou pela agência Pólis, do marketeiro João Santana, um dos presos e prováveis ilustres delatores premiados na Lava Jato.
Fato ultra relevante para o mercado foi a Operação Esfinge, que nesta sexta-feira prendeu, preventivamente, o ex-coordenador-geral de Fiscalização da Receita Federal, Marcelo Fisch de Barredo Menezes, e sua mulher, Mariangela Defeo Menezes. O casal é suspeito de comandar um esquema que movimentou R$ 6 bilhões em dinheiro público, pagando cerca de R 70 milhões em propinas, manipulando licitações, desviando recursos, lavando dinheiro e corrompendo em contratos com a Casa da Moeda e outros órgãos.
O escândalo tem repercussões político-econômicas de altíssimo nível porque mexe com o Sistema de Controle da Produção de Bebidas. Mais conhecido pela sigla Sicobe, o mecanismo controla, registra, grava e transmite os dados da produção à Receita Federal, para que seja feita a tributação do produto. O temor no mercado é que dirigentes de grandes cervejarias, que possam ter sido favorecidos e que tenham pago propinas por isso, terminem alvos da Polícia Federal e, mais adiante, fechem os hoje temidos acordos de "colaboração premiada" para detonar o andar de cima da política. A previsão é que o escândalo mexa com empresários muito próximos do ex-Presidente Lula.
Enquanto a Esfinge não devora os ilustríssimos corruptos, Dilma Rousseff segue pt da vida com o delator Nestor Cerveró - que confirmou que ela sabia de tudo e tinha relação muito próxima com os promotores de falcatruas na Petrobras, sendo até beneficiária de benesses que pagavam algumas de suas despesas pessoais. Dilma já sabe que, assim que for afastada definitivamente da Presidência da República até agosto, também será alvo de processos movidos por investidores brasileiros e estrangeiros da Petrobras. Como presidente do Conselho de Administração da companhia, Dilma tinha pleno domínio de todos os fatos que aconteciam por lá.
Não vale a pena embarcar em especulações idiotas sobre eventuais senadores que estariam desistindo de apoiar o impeachment. O afastamento de Dilma é inevitável. A saída definitiva dela é dada como favas contadas não só no especulativo mercado, mas principalmente no cético submundo da inteligência militar e empresarial (setores que andam juntos, sempre que é conveniente). Dilma não tem qualquer chance de retorno, mesmo com a falastrice e os faniquitos da petelândia em algumas manifestações pontuais e nas redes sociais - onde nunca os petistas tiveram hegemonia, embora gastem milhões para financiar seus "MAVs" (Militantes em Ambiente Virtual).
A Lava Jato é um caminho sem volta para seus corruptos. Alguns, no máximo, poderão adiar os efeitos das punições - que podem até demorar, porém chegarão um "juízo final". Dependendo do volume da limpeza institucional, podem ser criadas todas as pré-condições objetivas para uma profunda intervenção constitucional. Não existe qualquer chance de "golpe militar" em seu sentido tradicional, com algum General assumindo o caudilhesco papel de ditador. No entanto, cresce a possibilidade concreta de que o Brasil seja mudado pela via intervencionista, a fim de neutralizar e romper com a governança do crime organizado. Quem não apostar suas fichas neste movimento pode se dar mal na hora do "juízo final".
Como o Presidento Interino Michel Temer sabe disso, ele trabalha com intenções de curtíssimo prazo. O objetivo imediatíssimo é consolidar o impedimento de Dilma, para que se torne Presidente de fato e de direito, se possível a tempo da abertura dos jogos olímpicos do Rio de Janeiro, daqui a 60 dias. Até lá, operando com projeções até o final do ano, Temer espera que consiga destravar a economia em brutal recessão. Temer aposta todas as fichas do sucesso em Henrique Meirelles - aquele bom amigo de Lula (e agora do Michel Lulia) que acaba de se livrar de um auxiliar que andava jogando contra o time: Tarcísio Godoy deixou a Secretaria-executiva do Ministério da Fazenda.
Quem assume a posição de "braço direito" de Meirelles é Eduardo Guardia - que era diretor executivo de produtor da BM&F Bovespa. Guardia já foi Secretário do Tesouro Nacional na Era FHC. O curioso é que, no time econômico de Temer, os poderosos da Bolsa de Valores ganham proeminência. Não foi à toa que o ex-presidente do Conselho de Administração da Bolsa, Pedro Parente, aceitou a presidência da Petrobras. Os rentistas agora têm certeza absoluta que com Parente e Guardia na equipe de Temer, quem ganha mais poder ainda é Edemir Pinto - o grande timoneiro da bolsa. A aposta, mais que uma esperança, é que se abra uma mega temporada de grandes negócios bilionários.
Uma das previsões é que os negócios sejam turbinados com um montante previsto de R$ 21 bilhões em recursos a serem repatriados por brasileiros. O grande problema é definir o volume de dinheiro que tenha sido enviado para fora ilegalmente - ou que seja fruto de negócios ilícitos com a administração pública brasileira. A equipe econômica, o Ministério Público e membros da cúpula do Judiciário querem analisar, atentamente, as regras na Lei de Repatriação aprovadas na Era Dilma, para que o movimento não sirva, majoritariamente, para uma gigantesca e descarada "esquentação" de grana da corrupção. Os futuros negócios não podem ser melados por suspeitas de alta sacanagem...
Exatamente por isso, não dá mais para o Brasil ficar refém da desgovernança do crime organizado. As mudanças profundas virão. O processo é irreversível. A inteligência do mercado financeiro norte-americano anda trabalhando pesadamente por aqui. As instâncias do judiciário nunca receberam tanto apoio e incentivo para cumprirem seu dever institucional, como nos últimos tempos pós-Lava Jato. Nesta guerra do fim dos imundos, de todos contra todos, é preciso ficar atento ao movimento de depuração entre a turma do judiciário e a do "judasciário"...
Vale insistir: as esfinges de capa preta, com apoio estratégico e operacional inteligente, estão prontas para devorar muitos corruptos. Se Michel Temer der apoio efetivo e concreto ao movimento pode se dar bem. Do contrário, pode planejar a aposentadoria forçada para breve...
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
03 de junho de 2016
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário