Sempre pintada em prosa e verso como "mulher honesta", Dilma Rousseff fica cada vez mais próxima do impedimento final, que terá como consequência a fatal inclusão de seu nome no processo movido por investidores, nos Estados Unidos, contra a Petrobras. Assim que perder o trono no Palácio do Planalto, Dilma vai se transformar na "Rainha da Sucata". Desde quanto era presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Dilma tinha pleno domínio de todos os fatos que aconteciam na estatal. Tal tese não será usada em seu impeachment, mas em futuras ações judiciais, no Brasil e no exterior. Será o "Passadilma"...
Não só por culpa da delação premiada do ex-diretor Internacional da Petrobras. A Procuradoria Geral da República já teria informações - obtidas no sistema armazenamento de dados do Palácio do Planalto - de que os esquemas de corrupção na Petrobras fizeram pagamentos de itens pessoais para a Dilma. Até as viagens a Brasília do cabeleireiro paulista Celso Kamura eram bancados pelas gestores das falcatruas. Até um teleprompter foi adquirido, sem necessidade de licitação, com as "verbas obtidas por fora" na Petrobras.
O ministro Teori Zavascki ampliou a megadestruição na imagem de Dilma, ao tornar públicas as inconfidências de Cerveró, que até então eram guardados em inexplicável caráter sigiloso. Nestor Cerveró garantiu que Dilma tinha todos os detalhes sobre a compra da sucateada refinaria norte-americana de Pasadena. Para piorar, Ceveró defendeu que Dilma sabia que políticos do PT e aliados recebiam propinas em negócios com a petrolífera brasileira. O delator citou até uma informação obtida junto ao senador cassado Delcídio Amaral, que teria ouvido de Dilma a promessa de "cuidar dos meninos" (referindo-se ao próprio Cerveró e a Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras.
No depoimento prestado em 7 de dezembro de 2015, Cerveró só deu uma aliviada na conduta pessoal de Dilma: “Que o declarante supõe que Dilma Rousseff sabia que políticos do Partido dos Trabalhadores recebiam propina oriunda da Petrobras; que, no entanto, o declarante nunca tratou diretamente com Dilma Rousseff sobre o repasse de propina, seja para ela, seja para políticos, seja para o Partido dos Trabalhadores. Que o declarante não tem conhecimento de que Dilma Rousseff tenha solicitado, na Petrobras, recursos para ela, para políticos ou para o Partido dos Trabalhadores”.
Cerveró garantiu que: “Dilma Rousseff tinha todas as informações sobre a Refinaria de Pasadena; que Dilma Rousseff acompanhava de perto os assuntos referentes à Petrobras; que Dilma Rousseff, inclusive, tinha uma sala na sede da Petrobras no Rio de Janeiro; que Dilma Rousseff frequentava constantemente a Petrobras, usando essa sala, no Rio de Janeiro; que Dilma Rousseff conhecia com detalhes os negócios da Petrobras”.
Além das revelações de Cerveró, outra "colaboração" com a Lava Jato podem comprometer e permitir a anulação da chapa presidencial dela com Michel Temer. O lobista Benedito Oliveira Neto, o Bené, afirmou que Giles Azevedo, um dos mais próximos assessores da presidente afastada, Dilma Rousseff, usou um contrato da Secretaria de Comunicação da Presidência, de R$ 44,7 milhões, para pagar dívidas da campanha de Dilma com a agência Pepper. Segundo Bené, o contrato foi firmado entre a Secretaria de Comunicação e a agência Click, que teria sociedade com a Pepper.
Resumindo: Pimenta na delação premiada contra Dilma não é refresco...
Sobrou até para FHC
O delator Cerveró revelou que a presidência da Petrobras, durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, lhe orientou que fechasse contrato com a empresa PRS Participações - ligada ao filho de FHC, Paulo Henrique Cardoso.
Cerveró contou que fez o favor, entre os anos de 1999 e 2000, quando era subordinado ao ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) na diretoria de Gás e Energia da Petrobras.
Cerveró assegurou que obedeceu às orientações do então presidente da Petrobras, Philippe Reichstul...
Também sobrou para Collor
O inconfidente Nestor Cerveró acusou o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) de receber entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões da UTC para que a empresa construísse as bases de distribuição de combustíveis da BR Distribuidora, subsidiária da estatal.
Cerveró garantiu que a empresa ganhou todas as licitações da BR desde que ele assumiu sua diretoria, em 2008.
Cerveró relatou que o pagamento da propina ao senador era feito por intermédio de Pedro Paulo de Leoni Ramos, ex-ministro da gestão de Collor e apontado como o seu representante no esquema de corrupção na Petrobras.
Mais bronca contra Renan
Outro alagoano ilustre, que já é alvo de 12 inquéritos no STF, também foi alvo das revelações de Cerveró.
O delator assegurou que, em 2012, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o chamou em seu gabinete para reclamar da “falta de propina”.
Na época, quem presidia o Senado era o imortal José Sarney...
Propina confirmada
Cerveró confirmou que recebeu propina no valor de US$ 1,5 milhão.
Ressalvou que parte desse dinheiro teria sido repassada ao ex-senador petista Delcídio Amaral.
Cerveró agora se compromete a devolver R$ 18,37 milhões à Petrobrás.
Também terá de entregar um lote de 10.266 ações da Petrobras que estão em seu poder, numa venda que gerou prejuízo de US$ 792 milhões à estatal.
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Devolvendo o poder aos militares
O presidente argentino Mauricio Macri cumpriu a promessa de "deixar para trás enfrentamentos e divisões" da sociedade civil argentina com os militares.
Macri surpreendeu com um decreto que restitui aos militares a autonomia perdida em 1984, para tomar decisões sobre pessoal.
Embora o titular do Ministério da Defesa continue sendo um civil, são os estados maiores das forças armadas quem definem promoção e aposentadorias de seus oficiais.
Leia o artigo do General Rocha Paiva: Acabou o fosso ideológico que separava governo e Forças Armadas
Igualdade de Tratamento
Tratamento isonômico
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
03 de junho de 2016
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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