Vamos por etapas. A dívida do governo federal, de acordo com dados do Banco Central, neste site publicados por Wagner Pires, alcança 2,8 trilhões de reais. Por eles, o governo paga juros anuais de 14,25% para sua rolagem, já que o resgate é impossível. A Odebrecht e a Cervejaria Petrópolis criaram juntas um banco com ramificações diversas no exterior com a finalidade de transferir recursos originários da corrupção na Petrobrás.
Ao mesmo tempo, a Petrópolis recebeu do Estado do Rio de Janeiro incentivos fiscais no valor de 687 milhões de reais.
DÍVIDAS ESTADUAIS – Enquanto isso, o governo Michel Temer, através do ministro Henrique Meirelles, renegociou o vencimento das dívidas estaduais para com a União. Os cinco principais devedores – São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná – totalizaram compromissos da ordem de 433 milhões.
Como se constata, a roda não para de girar. Mas quem, no fundo, paga a conta? A população, ou todos nós, está sendo tachada não só pelos impostos, mas também pela prestação deficiente dos serviços públicos, pela falta de saneamento, pela violência, pela favelização cada vez maior e pela perda dos salários na corrida contra a inflação e, neste caso, temos que acrescentar os efeitos nocivos do desemprego.
RECURSOS DEVORADOS – Somente a OI, empresa de telefonia, deve 65 bilhões de reais e está pedindo recuperação judicial, como informaram na mesma edição de O Globo os repórteres Daniele Nogueira, Ramona Ordonez e Renan Setti. Recursos são devorados por diversas fontes de sucção, grande parte encontra-se em agências bancárias internacionais. Flávio José Bortolotto, creio, poderá identificar outros endereços e a forma de serem localizados por correspondência.
O fato é que os prejuízos são enormes. E os números de hoje não são suficientes para calculá-los. Eles se repetem e multiplicam por décadas a fio, enquanto os contribuintes que sempre pagam as contas ficam com os prejuízos dos rombos causados e dos negócios mal privatizados, um processo normal, é claro, quanto a este caso.
O POVO PAGA – O que não está correto, e não pode dar resultado positivo, é remeter as contas dos delírios, roubos, falsificações e fracassos para o nosso bolso. O bolso de quem trabalha por salário e que, além de enfrentar ao mesmo tempo, o Imposto de Renda e a inflação, ainda por cima é cobrado pelos efeitos da corrupção que assaltou o Brasil especialmente na década que se estende no tempo e no espaço político, abalando as instituições e transferindo ao Poder Judiciário as decisões para cobrir o vazio principalmente criado por omissões sucessivas diante de escândalos comprovados pela imprensa e transmitidos à opinião pública e consolidados na consciência nacional.
Chega de pagar as contas e de descompromissos de corruptos e corruptores que habitam os corredores das finanças públicas e do nosso dinheiro.
22 de junho de 2016
Pedro do Coutto
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