"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

DONO DE AVIÃO ENTREGOU PROPINA PARA CAMPOS E BEZERRA COELHO, DIZ O MPF



João Lyra era o dono do jatinho
O Ministério Público Federal atesta, com base em informações da Operação Turbulência, que o empresário João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, dono do avião que caiu durante campanha presidencial de 2014 com Eduardo Campos, em Santos, foi reconhecido por ex-funcionários da Camargo Correia como sendo a pessoa encarregada de entregar propina devida pela construtora ao ex-governador de Pernambuco e ao senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE).
O Correio teve acesso à integra do inquérito da Polícia Federal que desencadeou a Operação Turbulência. Em parecer encaminhado no dia 16 de junho à juíza da 4ª Vara Federal Amanda Torres Lucena, da Justiça Federal em Pernambuco, que expediu os mandados de prisão contra cinco líderes do grupo criminoso, o procurador da República Cláudio Henrique Dias detalha o esquema de pagamento de suborno para políticos em dinheiro vivo.
RECONHECIDO – “(João Carlos Pessoa de Melo Filho) Foi também reconhecido pelos ex-empregados da Camargo Correia como sendo a pessoa encarregada de entregar a propina devida por aquela empreiteira ao ex-governador Eduardo Campos e ao senador Fernando Bezerra Coelho em virtude das obras na refinaria Abreu e Lima”, atesta a petição do Ministério Público Federal.
O MPF diz, com base nas informações da PF, que João Carlos controla as movimentações “de branqueamento de recursos através das contas de pessoas físicas e jurídicas investigadas, sendo autor de diversas operações financeiras suspeitas”.
OAS ENVOLVIDA – O inquérito da Polícia Federal, que utilizou informações compartilhadas pela Lava-Jato, também envolve a empreiteira OAS. João Carlos “foi reconhecido pelos operadores financeiros Roberto Trombeta e Rodrigo Morales como viabilizador da venda de dinheiro em espécie para pagamento de vantagens indevidas pela OAS, cobrando taxa de 2% sobre o montante total e indicado às contas de diversas pessoas físicas e jurídicas para o recebimento dos recursos”.
O presidente do PSB, Carlos Siqueira, garante que não houve caixa 2. Ele alega que o partido tem “plena confiança na conduta do nosso querido e saudoso Eduardo Campos.”
Fernando Bezerra Coelho declarou, por meio de nota, que “repudia” a vinculação dele ao caso. Apesar de ser citado nos autos, a assessoria do parlamentar comunicou em nota que “o senador não é sequer mencionado nos autos da investigação”. Ele diz que não foi coordenador das campanhas de Eduardo em 2010 e 2014.

23 de junho de 2016
João Valadares
Correio Braziliense

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