"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 12 de junho de 2016

COM A JUSTIÇA LENTA, NÃO HÁ CULPADOS NEM INOCENTES


Charge do Jarbas, reproduzida do Arquivo Google


O ritmo do Judiciário é diferente dos demais poderes e da própria sociedade. Faz uma semana que os jornais publicaram a decisão do procurador-geral da República, de recomendar ao Supremo Tribunal Federal a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros, do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do ex-ministro do Planejamento, senador Romero Jucá, e do ex-presidente da República, José Sarney.

Decorridos sete dias, aconteceu o quê? A conclusão de que o procurador Rodrigo Janot cumpriu o seu dever, e de que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavaski, também, como relator, ao receber a comunicação do procurador.

Os quatro réus estrilaram, protestaram e alegaram inocência. O plenário do STF a tudo assiste. A opinião pública aguarda. E nada mais.

ATÉ PROVA EM CONTRÁRIO – Claro que todo mundo é inocente até que se lhe prove a culpa, mas tempo houve, de sobra, para os quatro acusados se defenderem, reconhecendo a culpa ou comprovando a ausência dela.

Na Justiça, é sempre assim. Por certo que fere a lei e atropela a lógica assistir acusações falsas produzirem efeitos danosos sobre inocentes. Mas todo processo terá merecido a maior atenção sobre o acusador. Assim como deveria ter provocado a reação dos julgadores, para um lado ou para o outro. O que não dá para aceitar é o ritmo aplicado no julgamento. Nem culpados nem inocentes.



12 de junho de 2016
Carlos Chagas

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