Michel Temer começa a ser alvo de ataques mais duros para queimar seu filme no curto prazo.
Foi para detonar Temer, sem perdão, a divulgação, pelo Estadão, de que seu filho Michelzinho, de apenas sete anos de idade, figura como proprietário de dois conjuntos comerciais que abrigam o escritório político do pai.
Os imóveis estariam avaliados em R$ 2 milhões.
O problema levantado pela revelação é que os imóveis, na Declaração de Rendimentos de Temer à Justiça Eleitoral, em 2014, estavam avaliados em apenas R$ 190 mil.
A doação para Michelzinho ocorreu como forma de "antecipação de herança".
Temer certamente terá problemas para explicar tanta diferença entre o valor declarado anteriormente e o atual. É mais uma aporrinhação de surpresa para o Presidento interino.
Se Temer toma pancada aqui dentro, lá fora fica mais forte.
A nova Secretária de Estado Adjunta para a América Latina, Mari Carmen Aponte, viajará dia 2 de junho a Brasília, como a primeira alta funcionária do governo dos EUA que terá uma conversa "téte-a-téte" com Michel Temer.
Até agora, a administração Barack Obama não estabeleceu uma comunicação direta, oficial, com o Presidento Interino do Brasil.
Oficialmente, ela vem falar de olimpíadas e do combate à zika. Extraoficialmente, o papo será sobre impeachment da Dilma e a situação na Venezuela.
Outro tema bomba, não declarado, da pauta: Lava Jato...
Um protesto de servidores do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle - que desejam o retorno do título Controladoria Geral da União (CGU) - e a pressão da mídia e nas redes sociais facilitaram que Fabiano Silveira se visse forçado a pedir exoneração.
Funcionário de carreira do Senado, e ex-membro do Conselho Nacional de Justiça, por indicação de um padrinho fortíssimo chamado Renan Calheiros (cuja posição política se torna insustentável por problemas judiciais), Fabiano deveria ter sido afastado imediatamente pelo Presidento Temer após por ter sido apanhado, nas gravações indiscretas de Sérgio Machado, fazendo críticas à Lava Jato e, aparentemente, ensinando ao padrinho Renan e a Machado como lidar com as denúncias do Ministério Público Federal. Foi mais um ministro de Temer que rodou...
Agora, o pavor geral em Brasília é com as delações premiadas coletivas dos executivos das empreiteiras Odebrecht e OAS, que tendem a gerar danos políticos mais graves, sobretudo aos políticos do PP e PMDB, do que as delações seletivas da turma da Andrade Gutierrez. Novamente, é a Lava Jato quem dita os rumos da política e, por extensão, do que os políticos fragilizados podem fazer com uma economia combalida.
A previsão é que o Brasil sentirá uma temporada prolongada de estresse e incertezas.
31 de maio de 2016
Jorge Serrão
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