"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 31 de maio de 2016

AÇÃO E ESPECULAÇÃO - DESCARTES E SARTRE



A consciência reflete o sentido de que o valor do conhecimento é o que está próximo da verdade; e o valor da ação, na maioria das vezes, é a resolução que não se opõe de modo igual à especulação. Portanto, ação e especulação se tornam visíveis na medida em que fazer da necessidade virtude é entender que existe, pela sintonia de uma estrutura espacial, a compreensão regida pela natureza, de que há manifesta diferença entre sofrer a necessidade e sabe-la necessária.

Por singelo entendimento, o “existencialismo” de Sartre, é o posicionamento “excêntrico” do homem, percepção de uma temporalidade contínua; ao passo que o “existir” de Descartes é o desenvolvimento mental do pensamento que faz do homem obter conhecimento, de conformidade com o plano sensorial superior. Sua estrutura intelectual nos esclarece que o sentido é a “intenção de significar”.

É óbvio que Jean-Paul Sartre foi e sempre será destacado pelo brilhantismo e eloquência de suas obras filosóficas e teatrais, que o coloca na posição de referência diante de sua concentração criativa, como por exemplo, peças que se podem classificar como literatura moderna: “As moscas; Entre quatro paredes; Mortos sem sepultura; A prostituta respeitosa; As mãos sujas; O Diabo e o bom Deus”. Não posso sonegar a admiração que ostento por toda sua grandeza. Não posso negar que me debruço em seus ensinamentos, como por exemplo, as duas formas de conhecimento: “perceber e imaginar”.

Quanto ao “existir”, regido pela “intenção de significar” de Rene Descartes, comgrau avançado de inteligência, desenvolveu o “discurso do método”, estabelecendo a diferença entre o homem e o animal. Ademais, sua mais eficiente exploração mental é o principio das “Meditações metafisicas”, onde se inicia o movimento de se conhecer a si mesmo, a descoberta do espírito como sujeito diferente de todo objeto, a identificação da natureza do homem, enfim, o centro de que “penso, logo existo”.

Estudar e compreender os dois ícones da filosofia, Rene Descartes (1.596-1.650) e Jean-Paul Sartre (1.905-1.980), significa de todas as formas, iluminar as regras da consciência, da moral, da dignidade e, acentuar de forma sólida, a reconstrução de conhecimentos pelo exercício do cérebro, na moradia mental do plano sensorial superior.



31 de maio de 2016
Laercio Laurelli – Desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (art. 59 do RITJESP) – Professor de Direito Penal e Processo Penal – Jurista – Articulista – Idealizador, diretor e apresentador do programa de T.V. “Direito e Justiça em Foco”.

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