Sobrinho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Taiguara Rodrigues dos Santos é suspeito de ser laranja e operador do petista num esquema de tráfico de influência no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) para a conquista de financiamento de obras da Odebrecht fora do País. Ele foi alvo de condução coercitiva e seus endereços tiveram ações de busca e apreensão na Operação Janus, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira.
Conforme o Estado apurou com investigadores do caso, há fortes indícios de um relacionamento entre Lula e Taiguara para recebimento de vantagens indevidas. O ex-presidente é investigado por conseguir financiamentos – por meio do seu prestígio político – para Odebrecht realizar obras no exterior. Na sequência, empreiteira subcontratava Exergia Brasil, de propriedade de Taiguara.
SEM CONDIÇÕES
Para investigadores, a empresa do sobrinho de Lula não teria capacidade de operação e seria apenas usada para receber repasses da Odebrecht. Investigada na Operação Lava Jato, a empreiteira baiana é responsável por obras na República Dominicana, Cuba e Angola. Em todos os casos, as obras foram realizadas por meio de financiamentos do BNDES.
Filho do irmão da primeira mulher de Lula, Taiguara tem residência oficial em Santos, no litoral paulista. Ele, porém, foi detido num hotel no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro. Ele estava acompanhado do seu funcionário José Emmanuel de Deus Camano. Além de trabalhar para Taiguara, Camano é procurador da empresa, assina documentos e faz pagamentos.
Conforme o Estado apurou, foi preparado um questionário de cerca de 100 perguntas para Taiguara. Ainda não se sabe se ele permaneceu calado durante o interrogatório prestado na Superintendência da PF do Rio de Janeiro.
20 de maio de 2016
Adriano Ceolin e Andreza Matais
Estadão
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