"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 5 de abril de 2016

REPORTAGEM DE CAPA DO NEW YORK TIMES ARRASA A POLÍTICA BRASILEIRA



Reprodução da capa do NYT
Dilma quis denunciar o “golpe” e o resultado foi péssimo






































O jornal americano “The New York Times”, um dos mais prestigiados do mundo, traz como destaque em sua capa de segunda-feira (4) uma reportagem que busca explicar os elos entre a corrupção e a atual crise política brasileira. Grande parte da capa do diário é ocupada por chamadas para a matéria sobre o Brasil. A presidente Dilma Rousseff é a maior imagem da primeira página do jornal, que também traz fotos do ex-presidente Lula, do senador Delcídio do Amaral, do juiz Sergio Moro e de um protesto contra o governo. A manchete do jornal é “How Web of Corruption Ensnared Brazil” (Como a Rede de Corrupção Enredou o Brasil).
O destaque para a reportagem sobre a crise brasileira é maior do que o dado, por exemplo, a matéria sobre a indicação de um juiz à Suprema Corte americana ou a uma reportagem sobre a campanha do presidenciável Bernie Sanders nas primárias do Partido Democrata.
A REPORTAGEM
A reportagem do jornal americano entrevista o senador Delcídio do Amaral (Sem Partido-MS), preso pela Polícia Federal por tentar interferir nas investigações da Operação Lava Jato. Ao “NYT” Delcídio afirma que se sentiu como “batendo em um muro após uma perseguição em alta velocidade”.
O jornal aponta o escândalo de corrupção na Petrobras como um dos mais extensos entre os países em desenvolvimento, afirmando ainda que ele, ao lado da crise econômica que afeta o país, “devastou as ambições globais” do Brasil.
Entre os políticos citados na reportagem como alvos de acusações de Delcídio na delação premiada, estão o ex-presidente Lula, além do vice-presidente Michel Temer e do líder da oposição Aécio Neves (PSDB-MG), além da presidente Dilma Rousseff. Segundo Delcídio, ela o teria instruído a sabotar uma investigação sobre a Petrobras, convencendo juízes influentes a libertar empreiteiros magnatas acusados de corrupção.
GRAVAÇÃO DE DELCÍDIO
O “NYT” ainda relata em detalhes o encontro entre Delcídio e o ator Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. O encontro, onde Delcídio articula uma fuga de Nestor do país, foi gravado por Bernardo, e acabou resultando na prisão do senador. Ao jornal americano, Delcídio afirma que “não é um homem corrupto”.
O diário também relata “pânico no Partido dos Trabalhadores”, citando gravações de membros da legenda, como o ministro da Educação Aloizio Mercadante e o ministro-chefe do gabinete pessoal de Dilma, Jaques Wagner.
Casos envolvendo o ex-presidente Lula, como as reformas pagas por empreiteiras em um sítio em Atibaia e a compra de um tríplex no Guarujá também são citados na matéria.
TIPO “GAME OF THRONES”
O jornal faz referência à série de fantasia da “HBO” para se referir ao atual cenário político do país. As gravações que mostram o diálogo entre Dilma e Lula são citadas, assim como críticas ao juiz Sergio Moro, acusado por alguns de comandar uma “caça às bruxas partidária”. O Vice-presidente Michel Temer é comparado a um mordomo de filmes de terror.
Ao final da matéria, Delcídio revela ter acompanhado pessoalmente os protestos do dia 13 de março, contra o governo Dilma Rousseff. Segundo a reportagem, o senador teria ido a uma das manifestações em sua moto Harley Davidson, mas não teria removido o capacete, com medo da reação que provocaria nos manifestantes.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A reportagem foi feita pelo jornalista Simon Romero, correspondente do “New York Times” no Brasil. A presidente Dilma acreditou que dar entrevistas aos correspondentes de jornais do exterior para “denunciar o golpe” seria uma boa estratégia. Lula fez o mesmo e também convocou os jornalistas estrangeiros. O resultado está se vendo agora, com a imagem do Brasil no exterior ficando cada vez mais manchada. (C.N.)

05 de abril de 2015
Deu na Folha

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