"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

CERTA DE QUE PERDE NO SENADO, DILMA TEME QUE SEU FIM SEJA NO PROCESSO CONTRA A PETROBRAS NOS EUA




"Que Deus tenha misericórdia desta Nação". O voto evangélico, em tom de vingança divina, dado contra Dilma Rousseff pelo "Malvado Favorito" Eduardo Cunha, vale como premonição de vivenciaremos tempos bem mais difíceis que agora. A autorização para o impeachment prosseguir no Senado, onde a previsão é de um placar de 44 a 21 contra Dilma.

De olho no trono dela, Michel Temer assumirá o cargo se a Presidanta renunciar (ela reluta em fazer isto) ou após o Senado considerar a denúncia da Câmara admissível, afastando-a por 180 dias, para a fase de julgamento, sob a presidência do titular do Supremo Tribunal Federal, o aliado petista Ricardo Lewandowski. Dilma terá a grande chance de pedir para sair, antes que isto aconteça, como fez Fernando Collor de Mello em 1992.

O senador petista Lindbergh Farias já antecipou qual será o tom contra o substituto de Dilma: “Mesmo que Temer venha a ser um presidente interino, não vai aguentar três meses no cargo. Ele é sócio de Cunha e nós vamos expor toda sua fragilidade”. Além de começar o espancamento a Temer, o PT tentará a inútil manobra de recorrer ao STF contra a decisão soberana da Câmara.

A patelândia não se conforma que tenha sido derrotada por Eduardo Cunha, réu no STF sob acusações da Lava Jato. A ironia histórica é que Cunha era aliado de confiança no primeiro mandato, mas se transformou em inimigo mortal após a reeleição de Dilma. Também foi irônica a derrota na Câmara (pelo placar de 367 a 137, com sete abstenções e duas ausências. Desde 2003, quando Lula assumiu o poder, o PT estava acostumado a contar com os votos fiéis de 195 deputados, para qualquer questão. A dúvida é se Dilma foi vítima de traição ou se Michel Temer foi brindado com mais fidelidade...

Pouco importa... Nas ruas e nas redes sociais, o povo festejou a derrota de Dilma. Não dá para comemorar o fato objetivo de que o PMDB tende a continuar no poder federal há 31 anos. Ontem, a petelândia enfiou a viola no saco e reagiu apenas com indignação ao "golpe" que tomou de Temer e Eduardo Cunha. Os petistas e aliados agora retornam ao que sempre souberam fazer muito bem: oposição. Governar não é com eles. Incompetência, demagogia populista e muita arrogância política foram traços fatais para eles e para as maiores vítimas: o cidadão brasileiro que é obrigado a suportar os prejuízos da turma do PT - sinônimo de Perda Total.

A crise econômica e a falta de diálogo com a infiel base parlamentar foram fatais para Dilma. Desde ontem, puxa-sacos dela insistem que a Presidanta promete lutar até o fim pelo mandato. Seria bom ela constatar que o fim já chegou... Pede pra sair, Dilma... Antes que você termine saída e fique mais fragilizada ainda para ser processada pelos crimes cometidos quando foi presidente do Conselho de Administração da Petrobras. o Judiciário dos EUA só esperam a confirmação de sua queda para indiciá-la na Corte de Nova York...

O bacana de ontem - suportando seis horas de votação na frente da televisão - foi conhecer a cara de cada um dos parlamentares que apareceram para votar. O inédito voto do Tiririca foi impagável. E a ausência forçada da Clarissa Garotinho (pela gravidade política e pela gravidez)... O Domingão sem o Faustão foi, no mínimo, cidadão...


Presidenta Sofá





Agora é meio tarde, né?





Haja confiança no Senado






Mentindo sempre





Fim indigesto





Voto a jato





OS DOIS MARCOS

Marco Aurélio Gracinha esmerdeia além marinha.

Marco Aurélio Caramelo é da corrente o mais fraco elo.

Aureliúdo, sem conteúdo, parece juvenil Menudo.

O Papa edita Motu Proprio e o citado anda de moto própria.

Depois de enfiar uma cunha na casa de tolerantes membros, verá que nunca se viu tamanha asneira dantes na história deste país. Tudo pra salvar um ébrio e uma mera atriz.

Já o outro de barbicha, pra pátria nem se lixa.

Como Ponce de Léon, está mais pra Gardelon. Mui amigo, agora corre perigo.

Vai tomar em Cuba lições de como fazer mágicas poções.

Não é por falta de bruxa malvada que sairá de mãos vazias.

A indigestão lhe provoca azias; na falta, africas.

O estoque de Tavis lhe indica o caminho pra encontrar, de jararacas o ninho.

Chega! Pra quem são bacalhau basta!


Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador


RESILIÊNCIA: CAPACIDADE HUMANA DE SUPERAR TUDO






A ignorância domina a politica brasileira. São pessoas heterogenias que se movimentam no sentido de buscarem seus objetivos, às vezes espúrios, desnivelando o equilíbrio permeado pela estabilidade mental, somando atos e atitudes desconectados do caminho qualitativo encerrado no plano da decência do comportamento público. Geralmente apresentam tendência ao desequilíbrio, que os leva ao emprego da força física.

Tais pessoas, além de não se ajudarem, de forma inteligente a jogar a partida da vida, o fazem sem a relevância de serem movidas pelo critério do discernimento, simplesmente para vencerem algum interesse pífio de ideologias destrutivas, planejadas por outras vibrações mentais, mas que valem, pela retribuição do momento e, assim, destruir uma infinidade de momentos pretéritos, valorizados tanto no domínio do físico como no do espírito em benefício coletivo visualizado no campo do verdadeiro, do belo e do bem.

Estando bem entendida esta parte, sigo adiante com o objetivo de firmar à explicação desta lógica evidente.

O sábio atinge um grau elevado de progresso, face conhecer e compreender a lei. Entende que pode vencer obstáculos em face de formalizar a interpretação de uma norma consubstanciada em uma lei, contrabalançando-a com outra, estabelecendo o equilíbrio equitativo e, desse movimento oscilatório, o surgimento de ações que alcançam um espaço de consistência mental, dominando a compreensão destas leis. Ostenta entre outras qualidades a erudição e prudência.

O ignorante, ao contrário, revela comportamento mental manifestado em decorrência do princípio anacrônico antissocial, regrado pelas práticas luxuriosas, perniciosas e degradantes. Não respeita a lei, convivendo mais de perto com a criminalidade. Está mais propenso a assimilar, como mistério da vida, o desvio de conduta. Ostenta entre outras condições a inabilidade e incompetência.

De todo modo, os sábios e os ignorantes estão sujeitos à lei. Os sábios atuam no plano superior e por assimilarem de forma consciente os vários planos de causalidade, concordam com as regras, compreendendo seus movimentos, realizam atos e dão ordens; os ignorantes, habitantes do obscurantismo residem na insciência do plano inferior, submissos pela qualificação ordinária permanecem no campo limitado do pêndulo, movimentando-se no tabuleiro de xadrez da vida como simples peões. Daí a diferença. Quem compreender esta máxima estará sendo direcionado ao redor do fluxo do domínio iluminado da capacidade humana de superar tudo.

A arte mental representa a significação maior do predicado de sua natureza substancial de sempre acrescentar alguma coisa real. A cortina deste cenário, também se abre ao político sábio e ao ignorante.

Quando se concebe pela percepção sensível, apreensão imediata na disputa do poder, onde as regras não mais preenchem o predicado da razão e, o que se concebe por este conceito, exatamente alguma coisa a mais, então, percebe-se a coexistência objetiva desta apreensão, que exprime perigo iminente de entrechoques da sociedade civil pelo confronto físico e violência mental, deturpando as regras do jogo.Chega-se a esta meta de probabilidade, por se ter conhecimento da diferença entre o conhecimento vulgar e o cientifico.

Diante desta perplexidade, há de se rogar aos sábios, que se faça florescer a consciência no prevalecimento da razão e da prudência. A virtude, neste momento de tensão é no sentido dese evitar as desordens, que certamente engendrarão dor irreparávelàs famílias brasileiras, diante de confrontos entre os que lutam para ver o retorno do Estado de Direito Democrático e os que de forma alucinada defendem a facção criminosa instalada no Governo Federal.

Por outra porta, penso que se deve trazer a cena desta tragédia, o “erro” de Brutus e Cassius (Mara Regina de Oliveira) ao conspirarem contra o Estado na pessoa de César Augusto Imperador de Roma, por paradoxal que possa parecer à apresentação deste paradigma. A analogia Shakespeariana se adequa na proposição da “armadilha” levada a efeito contra a sociedade brasileira e as causas da Justiça. Após se utilizarem de um meio simbólico para cumprir a lei, evitando-se o formalismo da “imunidade”, com total transparência, encontraram um meio de oferecer mais um presente ao Lula da Silva.

Deram-lhe a “liberdade” para montar sua “imunidade particular” com o objetivo de conspirar contra o Estado de Direito Democrático em defesa da farsa do Governo Federal,mantenedor da facção criminosa e, ainda, livremente, para se utilizar de seu “status quo ante”. Deram oportunidade ao jactancioso investigado de crimes hediondos, para agir naquilo que gosta de fazer: “amofinação apologética”.É para pensar!Necessitamos formar um “triunvirato” para defender o Brasil da corrupção criminosa dos que defendem este estado farsante mentiroso.

Já li em alguma obra fundamental que: “o pensamento selvagem não se distingue do pensamento cientifico, como um pensamento vago e irracional se distinguiria do pensamento racional”. Portanto, pensemos na hipótese de dar ênfase àideia de que o “inconsciente” não éum fator de “erro”, mas sim de uma falta.Chegaríamos à conclusão de que é “erro mesmo”, face não existir um “outro eu”.


Laercio Laurelli – Desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo


IMPEACHMENT AVANÇA! DILMA REAGE OU RENUNCIA?







"Pelo Brasil, eu voto Sim". O sucinto e muito festejado voto do deputado Tiririca, marcando a traição do PR ao desgoverno, sinalizou que a maioria da Câmara votaria a favor do prosseguimento do impeachment de Dilma Rousseff no Senado. Depois de quase seis horas de cansativa votação, o impedimento de Dilma passou por 367 votos a favor, 137 contra. Houve 7 abstenções e 2 ausências. Dilma acompanhou a derrota ao lado de Lula, no Palácio da Alvorada. O povo festeja nas ruas. Noite de carnaval...

O grande vencedor deste domingo foi Eduardo Cunha, que conseguiu acabar com Dilma antes que o PT acabasse com ele, como sempre ameaçou. O voto de Cunha, pelo sim, foi um recado ao seu eleitorado evangélico: "Que Deus tenha misericórdia desta nação". Deputados do PT, do PC do B e do PSOL fizeram questão de espezinhar Cunha em seus votos pelo não. Foram divertidos os ataques ao homem que Roberto Jefferson definiu como "Meu Malvado Favorito"... Lindo foi o voto do mineiro William Silva, pedindo o impeachment de Dilma, de Temer e de Cunha...

Foi muita falação. Houve votos folclóricos: 45 votos por Deus; 34 pela família; 28 pelos filhos; 10 pelos sobrinhos; 1 por Jerusalém; 1 por "minha mulher que luta pela vida nesse momento"; 1 contra a "mudança de sexo das criancinhas"; um pelos corretores de seguro; e um ou dois pelo grande arquiteto do universo. Um parlamentar até pediu o impeachment da Rede Globo... Só faltaram votos suficientes para salvar a Dilma... Coitada...

No Senado, a previsão é de 45 votos favoráveis (bastam 42), 20 contra e 16 não se pronunciaram até agora. A velocidade do ritmo de votação dependerá de Renan Calheiros. A previsão é que a novela se resolva até dia 15 de maio, no máximo. Assim que o Senado abrir o processo, Dilma fica afastada por 180 dias. Tem a opção de renunciar, mas não pretende fazer isto. Michel Temer assume interinamente a Presidência da República. Aí a porca começa a torcer o rabo. Será a continuidade de 31 anos de PMDB no poder federal... A Lava Jato que se cuide...

Dilma foi "suicidada" politicamente, por sua arrogância e incompetência. Ela apenas recebeu a retribuição pelo péssimo tratamento dado aos parlamentares. A maioria que estava indecisa nas enquetes acabou votando pelo impeachment. Agora, persiste a pergunta: a petelândia vai reagir violentamente contra o que chama de "golpe"? Ou vão segurar a onda até uma próxima eleição?

Dilma promete lutar até o fim pelo mandato. Seria bom ela constatar que o fim já chegou... Como bem comentaram alguns parlamentares. no momento de seus votos, você agora vai experimentar a mesma sensação de milhões de desempregados que seu desgoverno causou, com uma política econômica desastrosa e corrupta.

Já vai tarde, Dilma. A torcida agora é que quem entrará em seu lugar precisa sair bem mais depressa que você... O impeachment não resolve os problemas do Brasil. Mas pode ser um começo... Ou não...




Povão na Paulista





Candidato a Grão Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, José Renato dos Santos (à esquerda), pelo impeachment da Dilma Rousseff...









Recordar é preciso...





Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!



Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.Enviar por e-mail


DILMA É O SOFÁ DO CORNO





O desgoverno Dilma, PT-PMDB, é consequência de um modelo estatal patrimonialista, capimunista, rentista e corrupto. Como isto não vai mudar, preparem-se para outra gestão temerária que cumprirá a missão de entregar ao rentismo transnacional aquilo que restar de uma economia que nem podemos chamar de nossa... Estas são as perspectivas caso Dilma Rousseff sofra impedimento.

Tecnicamente falando, Dilma é o sofá do quarto da casa do marido corno... Jogar o móvel fora resolve o problema original? Não... Mas a maioria dos brasileiros acredita que sim. Culturalmente, preferimos "soluções" rápidas, preferencialmente vidas do Pai-Estado e de seus "iluminados" entes políticos. Pregamos "mudanças", porém não definimos, claramente, o que precisa mudar. É neste embalo que a torcida vai a campo neste domingão do impeachment...

A Petelândia enxerga com seriedade o risco de Perda Total. Por isso, já olha pra frente. Lula, os artistas e intelectuais do PT já pensam em lançar uma campanha bem original: as "Diretas, já". O conceito se baseia em chamar de "ilegítimo" o mandato do traidor Michel Temer. O maçom irregular assumirá interinamente a Presidência, assim que o Senado determinar o começo do eventual processo de impedimento (que depende da votação de logo mais).

Ontem, em papo radical com a turma do MST, com quem Dilma foi aconselhada a não se encontrar, o chefão Lula começou o ensaio do ataque ao sucessor da Dilma: " Se o seu Temer quer ser candidato, que não seja através do golpe". Lula também lembrou o suicídio de Getúlio Vargas e o exílio de João Goulart para reclamar que a elite brasileira parece não gostar da democracia, e prometer que Dilma resistirá: "Precisamos dizer que, primeiro, não vamos nos matar, nós gostamos da vida. E não vamos nos exilar".

Lula depende mais de Dilma que a eventual vitória ou derrota neste domingo. O chefão é um dos alvos preferenciais da Lava Jato. Tendem a ser fatais para ele as "colaborações premiadas" dos ilustres empreiteiros Marcelo Odebrecht e Léo Pinheiro (OAS). O primeiro pode até não dedurar o amigo. Mas o segundo preocupa tanto que foi escalado para defendê-lo o advogado José Luiz Oliveira Lima, ex-advogado do detento José Dirceu. O bicho tende a pegar na Lava Jato. Só quem não fala nada sobre ela é o Michel Temer...

Novamente, vale lembrar por 13 x 13: A frase que mais bem resume nossa situação a partir do Domingão do Impeachment foi emitida por um dos líderes da Força Tarefa da Operação Lava Jato, o procurador federal Deltan Dallagnol, em entrevista à BBC Brasil: "Mude ou não o governo, continuaremos tendo muitos inimigos no poder, porque grande parte das pessoas que estão no Congresso e que potencialmente venham a assumir inclusive o poder Executivo são investigadas pela Lava Jato".

Interromper 13 anos de desgoverno do PT e seguir com 31 anos de sacanagens do PMDB é pra lá de temerário. Pense nisto. É cada vez mais alto o risco do $talinácio retornar triunfalmente, daqui a dois anos, se não for devidamente lavado a jato... Tome cuidado... Se não houver cadeia, vai ter golpe continuado... No Brasil da impunidade, o risco disto acontecer é altíssimo...

As enquetes com parlamentares - que podem ser tão confiáveis quanto nossos políticos - indicam que há 348 votos a favor (bastam 342), 127 contra e 38 perigosamente insistem em não opinar. No Senado, 45 são favoráveis (bastam 42), 20 contra e 16 nada falam. Dilma tem grandes chances de ser impedida e terminar forçada a sair. Mas nada é garantido... Negociatas rolam pesadamente. Muitos anunciaram posição a favor para barganhar com o desgoverno, negociando o voto mais caro...

O perigo é a estreita margem de "vitória" do impedimento. Se Dilma for "suicidada" politicamente, fica a pergunta: a petelândia vai reagir violentamente contra o que chama de "golpe"? Ou vão segurar a onda até uma próxima eleição?

O sofá da sala do corno é descartável. Vamos tirá-lo, mas temos de solucionar o Brasil...

Todo preparo é pouco






Defensor do Cramulhão






Problema humano


Ao avaliar o nosso progresso como indivíduos, tendemos a concentrar-nos nos factores externos como a nossa posição social, a influência e a popularidade, a riqueza e o nível de instrução. Como é evidente, são importantes para medir o nosso sucesso nas questões materiais, e é bem compreensível que muitas pessoas se esforcem principalmente por alcançar todos eles. Mas os factores internos podem ser ainda mais cruciais para determinar o nosso desenvolvimento como seres humanos. A honestidade, a sinceridade, a simplicidade, a humildade, a pura generosidade, a ausência de vaidade, a prontidão para servir os outros - qualidades que estão facilmente ao alcance de qualquer criatura -, formam a base da nossa vida espiritual.

Nelson Mandela, Estadista e Prêmio Nobel da Paz, in Carta a Winnie Mandela, 1 Fevereiro 1975 - África do Sul 18 Jul 1918 // 5 Dez 2013


Povo na rua







Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!

Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.


O BIGORRILHO SAIU DO TRILHO?





Enquanto o boi vai catando milho, já chamuscado e sem brilho, todo o país festeja o bigorrilho.

Canalhas, tremei!

As aves de longo bico já começam a debandar. Viram que até pro efegagácê vai sobrar. Está claro que é sócio do molusco e o protege desde então, do longínquo mensalão.

A classe polititica procura um remendo pra salvá-la de um destino tremendo.

Cartas fora do baralho, gente que roubou pra ...

A Anta na UTI está mais mole que catupiri.

A família esfincterocrata já vê o fim da mamata.

Enfiará processos e panelas, na gruta de suas mazelas.

Sairão todos de Atibaia, antes que a casa caia.

Enquanto isso a dona Onça, vê tudo e se diverte. Manda e desmanda fingindo estar inerte.

Se preciso, num só tapa, estraçalha a preta capa.

Se resolver se abalar, desta vez traidor não escapa.


Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador.



O HOSPÍCIO PARLAMENTAR DE BRASÍLIA





Esse artigo foi escrito na noite de sábado, dia 16,véspera do julgamento do crime de responsabilidade/impeachment da Presidente Dilma Rousseff, pela Câmara dos Deputados, em Brasília.

Hoje ninguém conseguiria ainda prever ao certo o resultado desse julgamento. Os defensores do Governo garantem ter a seu favor a quota necessário (mais de 1/3) para obstaculizar o impedimento de Dilma. Os da oposição dizem o contrário, ou seja, que já teríamos votos do número necessário de parlamentares (mais de 2/3) para aprovar o impeachment.

Nessa “reta final” todos os recursos são empregados, independentemente da legalidade ou moralidade do respectivo procedimento. Todavia a verdade é que nessa “guerra” de interesses não existem “santos”. A oposição só tem uma maneira de “convencer” os resistentes indecisos ao apoiamento do descarte de Dilma: oferecendo mil vantagens e empregos num eventual Governo Temer.

Os governistas ,entretanto, possuem muito mais poderes e recursos a oferecer que os oposicionistas nessa compra de votos. Além de todas as “compensações” que a oposição poderia estar ofertando, se vencesse, é claro, aos deputados que aderissem ao impeachment, na verdade os governistas seriam os únicos com a chave do cofre para comprar com dinheiro, muito dinheiro, os votos necessários para satisfazer seus interesses maiores, ou seja, rejeição do impedimento.

E sem dúvida seria muito difícil, quase impossível, resistir a essa “tentação”, especialmente ao se considerar o baixíssimo nível moral da imensa maioria dos políticos brasileiros. Numa só tacada o “cara” poderia ganhar o equivalente a um enorme prêmio de loteria e resolver para a eternidade todas as suas carências econômicas, extensivo à quatro ou cinco gerações da sua descendência.

Pelo que se observou até esse momento, conforme as previsões da situação e da oposição, o prognóstico dessa disputa, para qualquer um dos lados, estaria bastante equilibrado. Mas como essa diferença seria mínima, nunca se poderia desprezar o poder de fogo para compra dos votos faltantes naquele escritório montado num luxuoso hotel de Brasília,onde Lula montou o seu balcão de negócios.

Tudo isso pode ser resumido numa afirmação sem medo de errar: se o impeachment de Dilma for rejeitado, mesmo que por pequena diferença, que tudo indica ser a decisão mais provável, essa vitória do Governo não deve ser creditada num primeiro plano aos deputados federais que votaram nesse sentido, porém à “marketagem” de Lula, recheada com muitos “presentes”, dados aos deputados que na ultima hora se venderam pró-Dilma.

Na sua “Crítica da Razão Prática”, E.Kant desenvolveu,em termos filosóficos, uma formidável verdade, sempre presente na sabedoria popular, pela qual “existem males que trazem o bem”.

Certamente a rejeição do impeachment de Dilma se enquadraria perfeitamente nessa sentença de Kant. Seria um “mal”, numa visão superficial , à primeira vista . Todavia traria um bem maior atrás de si.

Com essa “frustração” do povo, cuja maioria chegou a apoiar o afastamento da Presidente ,surgiria por consequência a necessidade de se encontrar outra modalidade para seu afastamento,que não por meio de impeachment, que não passa de um remendo constitucional que não traz nenhuma consequência positiva, como antes já aconteceu com o impeachment de Collor, onde nada mudou para melhor depois da sua saída. Esse tal de impeachment afastaria tão só a cabeça de uma quadrilha organizada que tomou as rédeas do poder para cometer toda espécie de ilícito contra a sociedade, infiltrada que está dentro dos Três Poderes Constitucionais.

Mas como não existe qualquer previsão constitucional para “impeachar” os Três Poderes, sem dúvida a única saída que a sociedade brasileira teria seria aquela disposição do artigo 142 da Constituição, que trata da Intervenção do Poder Instituinte e Soberano do Povo, através das Forças Armadas, nas hipóteses que prevê. Como essa é a ÚNICA alternativa totalmente descartada , à unanimidade, pela classe política, certamente ela seria a melhor.

Mas independentemente do resultado do impeachment, ficou muito claro que o ambiente onde foram travadas as discussões mais parecia um hospício, de tanta briga, discussões,ofensas e gritos. A “gritaria” era generalizada. Num ambiente assim tumultuado ,ninguém consegue ter o equilíbrio e a serenidade necessários nem mesmo para pensar, avaliar, julgar e votar as questões de alta relevância submetidas à deliberação parlamentar.

Sem dúvida esse julgamento vai passar para a história longe de honrar a classe política brasileira.


Sérgio Alves de Oliveira é Advogado e Sociólogo.


E AGORA?







Este é tempo de partidos, tempo de homens partidos. O eco de versos de Drummond nos acompanha nestes dias.

Esse é tempo de divisas, tempo de gente cortada.

Um tempo em que estamos diante de uma escolha de Sofia, tendo de optar entre situações repelentes. Qualquer que seja a alternativa, o resultado será desastroso, deixará ressentimentos, frustrações, cobranças, hostilidade, um clima impossível para reconstruir a economia destruída e a convivência política em frangalhos.

Não se discute uma agenda ou um projeto, o país está paralisado, o governo fica só às voltas com seu balança-mas-não-cai, a comprovar que, embora tenha decidido que está acima das leis, não consegue se desvencilhar da lei da gravidade.

E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José?

Vira-se a página mas a agonia não acaba. Pior ainda… a festa era ilusão, mal deixou lembrança boa. Mas fomos arrastados a essa situação. Mesmo quem sempre soube que não se trata de golpe mas inicialmente não era favorável ao impeachment, cansou de esperar em vão que se colocassem outras alternativas além dessa punição prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal.

À medida que as coisas avançaram, constatados os crimes de empréstimo proibido de bancos públicos, sobretudo em ano eleitoral, e mais os créditos não autorizados pelo Congresso, em vão se passou pelo cartão amarelo das advertências e ressalvas dos tribunais no exame das contas.

Em vão se esperou um reconhecimento do erro, um pedido de desculpas, uma garantia de não repetir o crime, uma explicação que fosse além da mentira de dizer que era necessário por causa dos benefícios sociais e não por benesses a empreiteiros e campanhas eleitorais de marketing milionário.

Como se a ínfima proporção estatística do Bolsa Família e outros programas pudesse fazer frente aos gastos exorbitantes que ajudam a compor a Bolsa Amém, de compra de apoio e créditos subsidiados.

E quem preferia não seguir para o trauma do impedimento acabou tendo de ceder para não ser cúmplice da impunidade, diante do desprezo à responsabilidade como valor e das descaradas manobras de obstrução da Justiça, incluindo até termo de posse antecipado para o caso de necessidade e edição extra do Diário Oficial, em meio a um crescendo de ataques às instituições e de provocação às pessoas de bem.

O ideal para evitarmos que as coisas chegassem a esse ponto seria termos parlamentarismo. A Constituição de 88 até caminhara nesse sentido, mas acabou dando nesta coisa híbrida e estéril onde atolamos, porque interesses de presidenciáveis na ocasião impediram que ela confirmasse o que seu arcabouço se preparara para acolher.

Só que não é hora de querer essa saída como casuísmo, só para se livrar da crise imediata. Tem de ser amadurecido, numa discussão equilibrada e sempre recusada. E agora, José?

Debate amadurecido anda em falta. Ainda outro dia, o ex-ministro do STF Ayres Brito se queixava de que o debate está infantilizado e maniqueísta, na base do herói ou vilão e é necessário um chamamento ao entendimento. Vamos precisar muito disso na reconstrução do país.

Por exemplo, deve-se criticar os excessos e qualquer atitude ilegal nas investigações mas quem tem de dar a última palavra sobre isso é o Supremo, não uma campanha sistemática de desqualificação das instituições dirigida à opinião publica nacional e estrangeira.

Equilíbrio e sensatez são fundamentais para sairmos dessa insanidade geral. Para o bem do país é preciso unir o Brasil acima dos partidos e das torcidas inflamadas, assumindo responsabilidade pelas decisões a tomar e passando confiança à nação, sem o pensamento mágico infantil de se apresentar como Salvador da Pátria ou pintar o adversário como o inimigo público número 1.

Há tarefas muito duras pela frente, quando só no estado de São Paulo mantém-se há mais de um ano a média diária de 13.000 demissões e 20 fábricas fechando. Como assinalam Cesar Benjamin e outros, o ciclo de distributivismo sem reforma que marcou os governos do PT foi superficial e já terminou. E agora, José?

Essas reformas necessárias têm de ser discutidas a sério — e não apenas na economia ou na legislação trabalhista. Estamos vivendo uma profunda crise na democracia representativa, que leva o eleitor a não se sentir representado por quem elege.

Seja porque as campanhas marqueteiras mentem e enganam, seja porque o sistema partidário trai o voto, tem partido demais, deputado demais, qualidade de menos, ética de menos. Democracia é meta, não pode ser tática eleitoreira. Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.


Procuro a citação exata que me dança na memoria. Você marcha, José, para onde? Abro a antologia a esmo e encontro outro poema, “Pneumotórax”, de Manuel Bandeira. Talvez seja a resposta para estes dias tristes:

A vida inteira que podia ter sido e não foi. (…) A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.


Ana Maria Machado é escritora. Originalmente publicado em O Globo em 16 de abril de 2016.


O TEMPO PASSOU NA JANELA






Estou em Brasília. É o segundo impeachment que presencio. Conheço a coreografia, embora, com o passar dos anos, ela tenha se tornado mais visual, mais voltada para as TVs, como os desfiles de escolas de samba. Vou documentar fantasias e adereços, mas no universo das coisas existe um personagem ao qual vou me dedicar: os smartphones. Há um exército de 170 milhões de smartphones no país, e quem viaja pelo interior vê sua capilaridade. Foi uma espécie de introdução das massas a um novo tempo movido pela busca da transparência.

O projeto do PT e da esquerda bolivariana era reproduzir uma visão do século passado, adaptá-la com a etiqueta de socialismo do século XXI, usando o caminho eleitoral e a conquista progressiva das instituições. Sem se dar conta, estava sendo engolfado por outro tipo de revolução em que os novos instrumentos tornam possível uma grande demanda internacional: transparência.

Em certos momentos, o PT rendeu-se a essa corrente: ampliou a autonomia da Polícia Federal, fez uma lei de acesso às informações. Mas ainda assim subestimou a luta pela transparência como se fosse apenas mais uma ideia entre outras. Ignorou suas bases materiais, sua irresistível dinâmica.

Essa miopia levou o PT à sua mais crucial contradição: armar o maior esquema de corrupção da História, no momento em que a sociedade e as instituições estão mais bem posicionadas para impor um alto grau de transparência.

Isso é um movimento que transcende o Brasil. As coisas toleradas no passado deixaram de o ser no presente. Dilma não entendeu isto. Nem o PT. Eles sempre dizem: no passado foi assim, se forem nos punir, têm de punir os outros.

Existe um momento em que as coisas que sempre foram assim simplesmente deixam de ser. Lembrar isso não é impulso de velho reacionário. Assim como não era lutar pela quebra do monopólio estatal das telecomunicações. O PT e a esquerda em sua órbita foram contra, mas não imaginam que surgiria dali a base material que iria contribuir para sua desgraça.

O PT perdeu o bonde da transparência, um tipo de luta que conta não só princípios, mas sólida e estrutura tecnológica, ao contrário da revolução bolivariana com benesses impagáveis. Diante desse novo universo onde tudo se compartilha, tudo se fotografa, tudo se investiga, a escolha política era dar as mãos à transparência e transformá-la numa poderosa aliada do governo, pois ela traz consigo uma outra bênção: a credibilidade.

O PT entendeu esse novo universo como um espaço onde poderia desenvolver sua guerrilha, esconder seus crimes, combater os adversários, ironizar os velhos reacionários adeptos da frase de outro velho, Lord Keynes: quando os fatos mudam, mudo de opinião — o senhor, o que faz? Muito em breve saberemos mais completamente o que se passou no Brasil. Talvez algumas pessoas não esperam apenas os fatos, mas uma avalanche de fatos para mudar de opinião.

Ao contrário do impeachment de Collor, o de hoje representa um trabalho que veio da sociedade e foi apenas secundado pelo sistema político. Quem assumir o poder já entra devendo. É um partido que foi sócio de um projeto criminoso. Se refletir sobre a desgraça do PT, não tentará novos assaltos, porque serão descobertos, não tentará interferir em instituições autônomas pois, ao lado da sociedade, elas não permitirão. Com os atuais meios de controle, é impossível a sobrevivência de um governo corrupto. Os novos governantes precisam refletir sobre isso.

O vídeo de Temer não toca nesse detalhe que mobiliza milhões de pessoas. Não podia esquecer. Nem vazar vídeos por engano. A espionagem internacional tem um enorme aparato para grampear presidentes. Dispensa colaboração espontânea.

Se hoje à noite estiverem comemorando a chegada do governo, não se esqueçam: a presença de Eduardo Cunha é intolerável. Não se erguem muros para discutir sua queda. É uma ponte simbólica entre a maioria e minoria no Brasil. É o nosso carnaval da quarta feira.


Fernando Gabeira é Jornalista. Originalmente publicado em O Globo em 17 de abril de 2016.


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18 de abril de 2016

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