A sessão para julgamento do parecer favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff é insuportável. Os líderes dos partidos se revezam na tribuna, pronunciando discursos longos e chatíssimos, todos querem mostrar erudição, em busca daqueles quinze minutos de fama, na visão do célebre artista plástico e animador cultural Andy Warhol.
As emissoras abertas continuaram com suas programações normais, apenas a Rede TV! acompanhou a sessão desde o início, com repórteres circulando no Salão Verde da Câmara, entremeando com imagens dos discursos dos líderes, na transmissão da TV Câmara.
Ao contrário do que seria de esperar, os discursos não estão focados nas acusações de crimes de responsabilidade contra a governanta. Os oradores dão muito mais importância à crise econômica, com destaque para o crescente desemprego, a recessão prolongada, a tenebrosa queda do PIB e por aí em diante.
Esta situação faz lembrar a célebre frase de James Carville, então assessor da campanha de Bill Clinton em 1992, ao prever que o então presidente George Bush pai seria derrotado na tentativa de reeleição. “É a economia, estúpido!”, disse Carville, resumindo o fator decisivo para a vitória de Clinton naquele ano – os eleitores estavam mais preocupados com a crise econômica que com o triunfo de Bush na Guerra do Golfo.
18 de abril de 2016
Carlos Newton
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