"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

O QUE SERÁ DO BRASIL?


O Brasil real parece muito mais assustador e deprimente que o mostrado no noticiário - que resolveu misturar a explosão de violência com a roubalheira contra a coisa pública, amplificando a indignação, revolta ou até comodismo em algumas pessoas que preferem acreditar que o Brasil continuará sendo o País da Impunidade. A desestruturação econômica, que tende a se agravar em 2016, vai alimentar a conjuntura de extremismos e radicalismos que podem gerar violentas revoltas. Um magnicídio (hediondo crime social) não está descartado.

A patética paralisia do desgoverno de uma Presidenta completamente desmoralizada, sem credibilidade e acuada diante dos aliados que a tratam como uma inimiga desclassificada. Não é fácil imaginar o que passa pela cabeça de uma Dilma Rousseff fritada em fogo nem tão brando, sob risco de tantas ameaças concretas. Ela pode ter as contas rejeitadas pelas pedaladas. Tem enormes chances sofrer processo de impeachment por vários motivos. Também, pode ter sua chapa reeleitoral impugnada. E, se bobear, acaba processada nos EUA por causa dos escândalos da Petrobras nos tempos em que ela presidiu o Conselho de Administração.  

O desgoverno acha que tem condições de virar o jogo fazendo arranjos de gabinete. Só esquece de combinar uma trégua com a maioria da população, prejudicada pela crise econômica e pelas sacanagens praticadas pela politicagem no poder, que já não tem mais paciência para suportar tanta coisa absurda acontecendo no Brasil. A pressão para uma renúncia de Dilma vai aumentar. Os políticos profissionais só não têm certeza de que terão o pleno controle da situação, na hora em que o vácuo de poder se efetivar. Tudo pode acontecer...

Uma tragédia inesperada, não programada, pode ser aquela gota que fará o balde de estrume transbordar. Tradicionalmente, o tal "povo brasileiro" é lento nas reações racionais. Mas costuma ser muito ligeiro, e imediatista, na hora de reagir emocionalmente. O grande medo das "zelites" é que o pavio do barril de pólvora seja aceso de repente. As oligarquias alimentam a ilusão de que conseguirão, de alguma forma, comprar um horizonte seguro. O problema é que tal "propriedade" fica situada na terra do nunca...

Se os segmentos esclarecidos não tiverem a capacidade urgente de se unirem e formularem propostas concretas e objetivas, capazes de serem compreendidas e adotadas pela maioria dos cidadãos-eleitores-contribuintes, o Brasil mergulhará em um processo desestruturante, aprofundamento uma guerra civil não declarada já em vigor, que pode nos levar à desintegração nacional. Este é o risco imediato.

O que será do Brasil? A resposta não é totalmente clara. Mas uma coisa é certa: o caos por aqui vai desestabilizar o resto do mundo. E, neste caso, tudo fica ainda mais imprevisível.

Zona de conforto? Quem não sair dela rapidinho, para mudar a regra errada do jogo, tem tudo para cavar uma vaga no cemitério mais próximo - isto se sobrar um lugar para o enterro digno.

Aos poderosos bandidos de plantão, um aviso: Não haverá "vitória na guerra"...

09 de outubro de 2015
Jorge Serrão

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