"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

O MUNDO É "CARAMUJO"


A violência desenfreada que nos atinge é bem representada pelo ataque de bandidos a um casal carioca que, por engano, entrou na comunidade “Caramujo” em Niterói, RJ. A mulher de setenta anos de idade foi morta, e o marido, também idoso, espancado. O veículo, orientado por GPS, foi atingido por cerca de trinta tiros de fuzil.
Os quase 60 mil assassinados no Brasil deixam de queixo caído pesquisadores de todo mundo que se dedicam a apurar as causas de mortes violentas. Nossos números superam mortes causadas por guerras, mas parece não nos assustar. A população já passa sem olhar por cadáveres expostos nas ruas. Parece que está tudo normal.
A morte já não é motivo de revolta e está acompanhada da morte da ética e da moral. Esta constatação é reforçada pela anomia que se alastrou pelo país, até mesmo nas manifestações populares contra o descalabro e desfaçatez de alguns governantes. As reações deixaram de ser fortes para se tornarem algo como a programação do “Porta dos Fundos” que transforma fatos de irreparáveis danos em piadas, levando seus admiradores a achar graça das nossas desgraças.
As palavras de líderes que insistem em demonstrar a verdadeira situação do país entram por um ouvido e saem pelo outro sem apresentar resultados. Pareceres e artigos de juristas e personagens de conduta ilibada que tratam de questões políticas são criticados por líderes desqualificados que mal conseguem contestar os fundamentados argumentos, e só falam asneiras e arrotam sabedoria de botequim.
Todos sabem que a origem da violência está ligada a questões sociais, políticas e religiosas. As religiosas, por subjetivas, tornam a violência dos seus fiéis a incompreensíveis atos que, com certeza, não podem ser avalizados por seus deuses. As sociais e políticas são da responsabilidade dos governantes, e, apesar dos esforços dos pacifistas, como Barack Obama e Angela Merkel, os líderes da guerra mundial moderna e fracionada, seguem massacrando populações civis, destruindo cidades e monumentos em nome não de bons deuses, mas de deuses diabólicos que eles dizem representar a ferro e fogo.
E assim segue a humanidade em direção ao seu trágico destino de mais um confronto total entre fanáticos que arregimentam idiotas para a consecução dos seus desígnios e governantes encarregados de garantir as vidas de seus compatriotas.
Os confrontos na Síria, Afeganistão, Ucrânia, Cisjordânia e países da África, são frutos da intolerância de seus vaidosos líderes que provocam a fuga de milhões de seres humanos que abandonam suas cidades e buscam refúgio em países distantes; a agressiva posição de Israel em relação aos Palestinos é outro fato que ressalta a intolerância do mais forte contra o fragilizado povo que só possuí contra o opressor o seu corpo e pedras recolhidas da terra inóspita.
Na África, déspotas ignorantes são protegidos por líderes mundiais interessados em suas riquezas e não no desenvolvimento do seu povo que, há milênios, é explorado à exaustão.
Os bandidos do “Caramujo” são similares aos tresloucados líderes políticos que matam, espancam, prendem inocentes e opositores, subjugam o poder legislativo e o poder judiciário e controlam as forças armadas. O Mundo é um rastejante e nojento caramujo.

09 de outubro de 2015
Paulo Castelo Branco

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