"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

ACORDO ENTRE LULA, CUNHA E DILMA FICA CADA VEZ MAIS EVIDENTE



Mais uma semana vai acabando, sexta-feira é dia de folga no Congresso, quase todos os parlamentares já puseram o pé no jato, a inércia e a omissão se instalam. No Supremo  não há julgamentos, porque os magistrados também gostam de uma folga, e não é por mera coincidência que tenham dois meses de folga por ano. 
No Executivo, o panorama é o mesmo. Só ficaram em Brasília os chamados ministros da casa, o resto já está em casa, porque segunda-feira é feriado e ninguém é de ferro.
Nesse clima de leniência dos Três Poderes, constata-se que foi mesmo para valer o acordo entre o ex-presidente Lula, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara Federal, e a presidente Dilma Rousseff, três personagens bizarros que vivem como se estivessem no elenco daquele famoso programa de rádio, o “Balança, Mas Não Cai”.
Antes da reunião do Diretório Nacional do PT, nesta quinta-feira, os sites dos grandes jornais já registravam que Lula havia orientado o presidente do PT, Rui Falcão, a reforçar a recomendação para que a cúpula do partido poupasse Cunha, numa estratégia que obviamente faz parte do acordo para proteger a presidente Dilma Rousseff, alvo de pedidos de processos de impeachment, que agora dependem exclusivamente de uma decisão individual do presidente da Câmara, a quem cabe deferir ou indeferir esses requerimentos.
FALCÃO PEDE CALMA
“Não vamos nos deixar levar por esse tipo de pressão. Há duas denúncias no Supremo contra ele que ainda não foram examinadas. Cunha tem um prazo para exercer seu direito de defesa, algo que defendemos sempre, embora não se garanta isso a nós. Para o PT, ao invés de se garantir a presunção de inocência tem a presunção da culpa”, afirmou Rui Falcão diante da cúpula do partido, pedindo uma trégua do PT em relação a Cunha. E acrescentou, segundo as repórteres Débora Álvares e Marina Dias, da Folha:
“Na Câmara, há um Conselho de Ética, onde temos três representantes. Vamos votar de forma unitária no conselho, sob orientação da Executiva Nacional, mas não queremos antecipar, prejulgar, porque lá é o momento da nossa definição como partido”.
Enquanto Falcão pedia calma ao PT, Cunha agia na Câmara e declarava revogada a questão de ordem levantada pelo líder do DEM, Mendonça Filho. 

Com essa iniciativa ilegal, pois presidente da Câmara não tem poderes para revogar questão de ordem, Cunha praticamente aboliu o Regimento Interno, que tem força de lei, e passou a avocar a si o direito – único, exclusivo e absoluto – de decidir sobre o impeachment.
O TEMPO PASSA
O tempo vai passando, a economia está se derretendo, o processo de desindustrialização se acelera, o desemprego cresce, o rombo das finanças públicas aumenta, atingindo também governos estaduais e municipais, as dívidas interna e externa se avolumam descontroladamente, a arrecadação cai, não há investimentos nem perspectivas, a inflação não cede, não existe ajuste fiscal. 
Mesmo assim, o governo permanece inerte, sua única e exclusiva preocupação é se preservar no poder, não importa o que venha a acontecer ao país e à sua população, a sexta maior do mundo.
Mas quem se interessa pelo país? Lula? Dilma? Falcão? Cunha? E o pior é que as alternativas de pretendentes ao poder são patéticas. Não há novas lideranças. Como dizia o genial Oswaldo Aranha, a política é um deserto de homens e idéias.

30 de outubro de 2015
Carlos Newton

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