"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 5 de setembro de 2015

POR QUE A POLÍCIA FEDERAL INSISTE EM DENUNCIAR ANASTASIA?



Depoimento de Careca é contraditório
A Polícia Federal encaminhou nesta semana ao Supremo Tribunal Federal relatório em que defende a continuidade do inquérito sobre o senador tucano Antonio Anastasia na Lava Jato, embora o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já tenha pedido arquivamento da investigação.
Uma série de fatos chama atenção na atitude dos investigadores. O relatório se baseia na denúncia feita por uma “cidadã comum” ao gabinete pessoal da Presidência da República, em 15 de janeiro deste ano.
Embora a autora tenha pedido anonimato, ela foi identificada na denúncia encaminhada ao Ministério da Justiça e posteriormente à PF. Trata-se de uma servidora estadual exonerada do governo de Minas Gerais em 2008, quando o Estado era comandado por Aécio Neves (PSDB-MG), que tinha como vice Anastasia.
Na denúncia, a “cidadã comum” descreve uma residência situada no número 50 da Avenida Eurico Dutra em que o ex-policial federal Jayme Alves Filho, o Careca, emissário do doleiro Alberto Youssef, teria efetuado pagamento em dinheiro a um político que seria Anastasia.
CASAS DIFERENTES
O imóvel, contudo, é incompatível com a casa descrita à Lava Jato por Careca: tem dois andares e fica numa esquina, bem diferente da casa térrea de que o ex-PF se lembrava.
No relatório é citado outro endereço para a suposta casa onde o dinheiro teria sido entregue ao senador, na Rua José Maria Alkmin, também no bairro de Belvedere, em Belo Horizonte – e também diferente da descrição apontada por Careca.
Apesar de terem sido encaminhadas pelo gabinete da Presidência ao Ministério da Justiça no dia seguinte, as informações permaneceram ignoradas durante seis meses – não foram repassadas ao STF e só ressurgiram quando o inquérito estava prestes a ser encerrado.
Para Maurício Campos, advogado de Anastasia, é “absurdo casuísmo” a juntada de diligências que “sequer constavam do relatório parcial do delegado do caso” em junho. O advogado classifica como “estranho” o fato de a denúncia ser “tão antiga” quanto a instauração do inquérito, do início do ano.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– A Polícia Federal não merece ser generalizada num episódio sombrio como este. É preciso individualizar as coisas. Quem (?) da PF enviou ao Supremo esse relatório malicioso? O próprio doleiro Youssef, patrão do agente Careca, disse que jamais mandou entregar dinheiro a Anastasia em  Belo Horizonte? (C.N.)

05 de setembro de 2015
Deu na Veja

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