"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 5 de setembro de 2015

GUIA DE VACINAÇÃO CONTRA AS MENTIRAS DO DISCURSO PRESIDENCIAL DE 7 DE SETEMBRO

Nesse sete de setembro, aguarde: Dilma vai manipular números e construir uma nova mentira.
Veja bem: manipular não quer dizer distorcer. É um jogo de supressões, somente e amiúde.
É muito fácil fazer isso.
O francês Jean-Louis Besson foi o organizador de um estudo chamado “La cite des chiffers ou L’illusion des statisques”. Num trecho de sua “Ilusão das Estatísticas” ele estabelece que marcianos resolveram pesquisar por amostragem o que eram os seres humanos.

“Estacionam as naves na exosfera, nossa última camada. Adotam portanto o critério da verticalidade para analisar os humanos. Estabelecem um padrão de medida, chamado Kromik. Passam a considerer que só seria catalogado como algo vivo aquilo que tivesse pelo menos meio Kromik, ou 1,20 metro. 

Numa primeira categoria, catalogaram os seres de 0,5 a 2,5 kromiks (humanos, arbustos, caminhões, postes de telephone, postes de energia elétrica e casas…bebês, por obviamente terem menos de meio metro, eram desconsiderados como formas vivas…) Resultados: a altura média dos seres da Terra seria de 31,1 kromiks, ou 74,6 metros, com margem de erro relativo a 2%”.

Faz-se isso em todo lugar: na mídia também. Há 15 anos o jornalista americano Bob Garfield se meteu na análise do numerário sobre doenças graves publicadas no espaço de doze meses nos jornais Washington Post, New York Times e USA Today. 
Os números eram de causar não só medo. Mas, sobretudo, escárnio: 53 milhões de americanos com doenças cardíacas, 53 milhões com enxaqueca, 25 milhões com osteoporose, 16 milhões com obesidade, três milhões com câncer. Outros lotes de doentes compreendiam doenças não tão comuns, como 10 milhões sofredores de disfunção da articulação temporo-mandibular e dois milhões sofredores de distúrbios cerebrais.

Ao somar os números, Bob Garfield chegou à conclusão de que 543 milhões de americanos estão muitíssimo doentes –num ano em que a população dos EUA era de 266 milhões de almas. E o escárnio não parou por aí. Jim Windolf, um editor do New York Observer, notou que Garfield havia subestimado os pacientes noticiados com enfermidades mentais, 53 milhões. 
Nas contas de Windolf, havia, segundo a mídia dos EUA, mais 10 milhões sofredores de disfunção da personalidade limítrofe, mais 11 milhões acometidos de compulsão sexual, outros 12 milhões com aquilo que se chama de síndrome das pernas inquietas. 
Ou seja: onde Garfield viu 53 milhões, a partir da análise das publicações, Windolf encontrou um numerário de 152 milhões de doentes. O que elevava o número de doentes dos EUA para quase três vezes a população dos EU

Dilma e Lula

Por que Dilma e Lula manipularam seus discursos de sete de setembro?
Por que o Brasil ia bem. Mas o próprio PT fazia uso do país estável para roubar no Petrolão.
Então o truque: políticos comprados pelo esquema Petrolão, mais empreiteiras, aproveitavam a boa maré brasileira para meterem a mão na massa, como nunca antes na história desse país.

Davam ao paciente um bolo delicioso: mas dele omitiam o câncer, gerado pelos mesmos políticos patrocinadores do bolo.

O povão, mesmerizado pela onda de consumo, nadava nas felicidades crocitantes da nova classe média. O mundo ia na mesma maré enchente:: a nova classe média ainda é responsável por mais de um terço de toda a população da África, de três quartos da população da América Latina e de quase 90% da população da China. É a classe que segundo o Banco Mundial tem faturado de 2 a 13 dólares por dia, e que subiu de 277 milhões de representantes da América Latina para 362 milhões entre 1990 e 2005.

Era de boa roubar nesse quadro.

E os discursos de Lula e Dilma iam na onda daquele do conde Afonso Celso, que em seu “Porque me Ufano do meu País”, de 1900, notava: ““Quando disserdes: “Somos brasileiros!” levantai a cabeça, transbordantes de nobre ufania. Convencei-vos de que deveis agradecer quotidianamente a Deus o haver Ele vos outorgado por berço o Brasil.”

Se ufanar virou se afanar, não nos furtemos de lembrar isso!
Selecionei para vocês alguns discursos de Lula e Dilma: anunciando meteoros festivos sobre a quermesse do povão…e, enquanto estes se refestelavam no consumo, aqueles metiam a mão no esquema Petrolão.

Sete de setembro de 2007: Lula refere que avançar na ética e no combate a impunidade é esforço que “nosso governo vem tendo, colhendo ois frutos doces e amargos nessa semeadura”.

Veja:
https://www.youtube.com/watch?v=-GS9BGNsQtk
Sete de setembro de 2009: Lula faz um discurso em Cadeia Nacional (hoje deseja-se que Lula esteja de fato em cadeia nacional). Anuncia leis que garantirão que “políticos não gastem de maneira irresponsável” os milhões auferidos da então novidade chamada pré-sal. Aconteceu o contrário, não?
Veja:
https://www.youtube.com/watch?v=2mcbFAtuHno
Sete de setembro de 2010: Lula critica os que colocam os seus “interesses pessoais acima dos interesses do país”. Hummm: os petroleiros já então faziam o contrário… E teve também piada : diz Lula que nosso povo é “maduro”. Semioticamente falaria ele no nosso vizinho golpista?
Veja:
https://www.youtube.com/watch?v=iuQJDpwpLUw
7 de setembro de 2011: Dilma anuncia um Brasil plenamente preparado para enfrentar os desafios da economia, cuja estabilidade está “garantida”, enquanto “boa parte do mundo desenvolvido piora”.
Verdade: veja onde estão os EUA e Alemanha hoje e onde estamos nós…
Confira:
https://www.youtube.com/watch?v=GcF2JY7nV8g
7 de setembro de 2012: Dilma discursa que o Brasil virou a sexta maior economia do mundo e vai dar “novo salto” enquanto o mundo “se debate num mar de incertezas”, porque criamos um “ modelo de desenvolvimento inédito”. Verdade, não?
Confira:
https://www.youtube.com/watch?v=sX1UT2lxJKU
7 de setembro de 2013: Dilma canta que “nossa economia continua firme, superamos os EUA e Alemanha, deixamos para trás México e Coreia do Sul”.
https://www.youtube.com/watch?v=wlsjSFwZZBY

05 de setembro de 2015
Claudio Tognolli

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