"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

PF INDICIA VACCAREZZA E DOIS DEPUTADOS POR CORRUPÇÃO E LAVAGEM NO PETROLÃO

Segundo delator, Vaccarezza foi o destinatário de 400.000 reais em propina a partir de um contrato de importação de asfalto da Petrobras fechado sem licitação com a empresa Sargent Marine

Cândido Vaccarezza, ex-líder do governo na Câmara: suspeita de corrupção (Andre Dusek/AE/VEJA)

A Polícia Federal concluiu nesta quinta-feira investigações contra os deputados Vander Loubet (PT-MS) e Nelson Meurer (PP-PR), alvos de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeitas de terem embolsado propina no escândalo do petrolão, e detectou indícios de que os dois parlamentares praticaram os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 
Nas mesmas investigações, os policiais encontraram evidências também de que o ex-líder do governo petista na Câmara, Cândido Vaccarezza, atualmente sem mandato, praticou o crime de corrupção passiva.

A Polícia Federal já havia encontrado indícios de que o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR) recebeu pelo menos 159.000 reais do doleiro Carlos Habib Chater, supostamente a mando de outro doleiro, Alberto Youssef, um dos principais delatores do escândalo do petrolão. 
O nome de Meurer e os respectivos repasses financeiros constam de um conjunto de tabelas de Chater analisadas pela Polícia Federal a partir de planilhas de "contabilidade informal" feitas em um posto de gasolina do doleiro. 
Em maio do ano passado, ainda no início da operação, reportagem de VEJA mostrou que políticos filiados ao PP, como o ex-ministro Mário Negromonte e o deputado João Pizzolatti (SC), mantinham estreita relação com o doleiro Alberto Youssef, inclusive realizando visitas em seu escritório de São Paulo. 
Na lista, aparece também Nelson Meurer, que, com o intermédio de Youssef, recebeu doações das empreiteiras. Em um dos documentos apreendidos pela Polícia Federal há a indicação de que o congressista recebeu 500.000 reais do doleiro.

No caso de Loubet, o indiciamento ocorre porque a Polícia Federal detectou evidências de que o deputado recebeu 1 milhão de reais do doleiro Alberto Youssef por orientação do ex-ministro do governo Collor, Pedro Paulo Leoni Ramos.

Candido Vaccarezza, por sua vez, foi citado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, delator da Lava Jato, como destinatário de 400.000 reais em propina a partir de um contrato de importação de asfalto da Petrobras fechado sem licitação com a empresa Sargent Marine. 
O nome do ex-deputado também aparece nas escutas da PF obtidas na Lava Jato. A VEJA, Meire Poza, contadora do doleiro Alberto Youssef, afirmou: "O Vaccarezza precisava pagar dívidas de campanha. Um assessor dele me procurou em 2011 para apresentar um negócio com fundos de pensão no Tocantins".

03 de setembro de 2015
Laryssa Borges, de Curitiba

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