Dilma perde o senso do ridículo e oferece de novo a coordenação política a Temer; ele recusa
Ai, ai…
A presidente Dilma Rousseff almoçou ontem com Michel Temer, vice-presidente da República e líder máximo do PMDB. Ela o tinha nomeado coordenador político do governo quando se constatou a notável desarticulação da base aliada, abalada pela crise econômica e pela Lava-Jato. Houve sinais de melhora, mas o PT logo entrou em campo para inviabilizar o trabalho de Temer. Acharam que ele estava fazendo o seu próprio jogo, não o do Planalto. E ele fez o que devem fazer os sensatos nesses casos: pulou fora.
Dilma resolveu, com a habilidade conhecida, assumir ela mesma a coordenação — apesar de seu número de articuladores superar o de eunucos da corte de Dario. Dois momentos notáveis da política sob o comando da governanta:
1 – operação CPMF;
2 – envio do Orçamento ao Congresso com previsão de déficit.
1 – operação CPMF;
2 – envio do Orçamento ao Congresso com previsão de déficit.
No primeiro caso, ela conseguiu praticamente unir a sociedade brasileira contra a proposta — aliás, o PT anda bom nesse negócio de juntar o Brasil na oposição. No segundo caso, criou alarde no mercado e pôs o Brasil na mira das agências de classificação de risco. Em ambos, essa notável e hábil articuladora desautorizou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que se queixou do que lhe pareceu fritura. A presidente, então, teve de ir a público dizer que ele está sólido no cargo. Os ouvintes entenderam que ele pode cair a qualquer momento.
Assim é a política com Dilma no comando.
No almoço desta quarta, a presidente ofereceu de volta o cargo a Temer. Ela o queria de novo articulador. Ele, gentilmente, declinou e lembrou à interlocutora que não recebeu nem mesmo um aviso prévio da “Operação CPMF”. Assim é Dilma: tem como vice o maior líder do segundo partido da aliança, mas ela o ignora.
Dilma pediu ao peemedebista ajuda para tentar contornar o desastre do Orçamento. Marcou um encontro no domingo — ela está virando especialista em cassar o fim de semana de seus interlocutores. Talvez esteja apenas tentando se livrar da solidão.
É evidente que não faz o menor sentido devolver a coordenação a Temer duas semanas depois de ele deixar o cargo. A proposta sugere que Dilma também perdeu o senso do ridículo
03 de setembro de 2015
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