O final de semana, como sempre, foi pródigo em matérias contra a presidente Dilma Roussef, seu antecessor Lula e o governo federal. Desta vez, a Veja sai arrasadora, com o depoimento do operador Fernando Baiano confirmando que Antonio Palocci, coordenador da campanha de Dilma em 2010, pediu e recebeu R$ 2 milhões de propina. A revista trouxe também a proposta de delação premiada do ex-diretor Nestor Cerveró, em que revela que manteve cinco reuniões preliminares com Dilma, que sabia de tudo sobre Pasadena. Além disso, Cerveró fala sobre negociações das quais participou para liberar 6 milhões de reais para a campanha da presidente Dilma em 2010.
Ou seja, Dilma enfim está envolvida diretamente com a negociata da refinaria de Pasadena. Além disso, confirma-se que sua campanha foi irrigada com dinheiro das propinas da Petrobras, já não há qualquer dúvida a respeito. Ninguém mais tem condições de continuar proclamando que Dilma é honesta e não há provas de contaminação da campanha eleitoral dela com dinheiro sujo. A festa acabou.
GOVERNO DE LADRÕES
No sábado a grande mídia entrevistou o ministro Gilmar Mendes, do Supremo, sobre a possibilidade de ser processado pelo PT após usar o termo “cleptocracia” para criticar os recentes casos de corrupção do governo federal. “Espero que não me imputem de ter matado o Celso Daniel”, ironizou Mendes, referindo-se ao então prefeito petista de Santo André, assassinado em 2002.
“O que falei é que foi criado um sistema que permite desenhar a corrupção como modelo de gestão. Isso tem um nome. É a cleptocracia”, repetiu o ministro.
E como se sabe, cleptocracia significa “governo de ladrões”.
CRIME ELEITORAL
Não adianta mais Dilma dizer que não foi ela, a culpa é do Cerveró, do Vaccari ou do Palocci. Houve corrupção em Pasadena e crimes eleitorais gravíssimos, tendo como grande beneficiária a então candidata do PT. São fatos que não podem se contestados nem discutidos. Simplesmente existiram. Agora, o impeachment ou a cassação pela Justiça Federal são inevitáveis.
Também não adianta Lula se humilhar e pedir desesperadamente ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para arquivar os pedidos de impeachment. O jogo acabou, é xeque-mate. Mas quem vai ser derrubado não é o Rei, serão ele e a Dama, ao mesmo tempo.
Cunha nada poderá fazer. Se rejeitar o pedido de impeachment, haverá recurso a plenário e ele próprio então vai arranjar votos para destruir o tabuleiro do PT. E la nave va.
21 de setembro de 2015
Carlos Newton
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