A colisão frontal entre os dois vídeos demoliu a aula magna de vigarice recitada pelo doutor honoris causa em cinismo
No vídeo que mostra um trecho da entrevista à rádio Itatiaia, Lula ensina que a oposição tem que ter paciência, conformar-se com o resultado da eleição de outubro, aguardar a próxima e deixar a presidente a governar em paz. Foi o que o doutor honoris causa em cinismo jurou ter feito em 1989, 1994 e 1998. derrotado, recolheu-se ao lar em silêncio e calado ali ficou nos quatro anos seguintes
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No vídeo que mostra um trecho da entrevista à rádio Itatiaia, Lula ensina que a oposição tem que ter paciência, conformar-se com o resultado da eleição de outubro, aguardar a próxima e deixar a presidente a governar em paz. Foi o que o doutor honoris causa em cinismo jurou ter feito em 1989, 1994 e 1998. derrotado, recolheu-se ao lar em silêncio e calado ali ficou nos quatro anos seguintes
Lula fala sobre a oposição e derrotas nas ... - YouTube
Os fatos informam aos berros que Lula jamais engoliu a vitória de Fernando Collor, muito menos as duas surras consecutivas, ambas no primeiro turno, que Fernando Henrique Cardoso lhe aplicou. Enquanto jogou na oposição, o PT nunca respeitou o apito final. Terminada a apuração, o chefão do partido invalidava a decisão popular e ordenava o início da prorrogação que se estenderia por quatro anos.
Ninguém exigiu o impeachment de Collor com tanta selvageria . Nenhuma oposição foi mais intransigente que a liderada por Lula nos oito anos de governo Fernando Henrique. Em 1995, ainda apostando no fracasso do Plano Real, o ressentido sem cura ainda atribuía a um “estelionato eleitoral” o nocaute que sofrera em outubro de 1994. Em janeiro de 1999, ainda grogue com a segunda sova, entusiasmou-se com a palavra de ordem lançada por Tarso Genro: “Fora FHC”.
Passados seis meses, o rebanho conduzida pelo sinuelo obsessivo continuava balindo a mesma sandice. Em 26 de agosto, um dia depois de uma manifestação de rua em Brasília, Lula parecia convencido de que a miragem estava ao alcance da mão. A queda do inimigo era questão de tempo, garantia o sorriso de quem já andava dormindo com o peito enfeitado pela faixa presidencial cerzida por Marisa Letícia.
A ofensiva boçal fora intensificada na véspera pelos dois principais oradores da chamada Marcha dos 100 Mil. “Eu sou solidário com tudo o que se fizer contra esse governo”, informou Leonel Brizola. “Por conseguinte, eu sou solidário com a instalação de um processo de responsabilidade. Mas eu quero dizer a vocês todos que eu considero que o que é necessário, que o Brasil reclama e precisa, reclama e necessita é a renúncia deste homem que está aí”.
Brizola e Lula na Marcha do 100 mil - YouTube
www.youtube.com/watch?v=YtcfGPECcCc
“Vamos fazer um ato por mês nas capitais e uma greve geral contra a política econômica e as privatizações”, prometeu. Um repórter perguntou-lhe se concordava com a bandeira desfraldada por Brizola. “Renúncia é um gesto de grandeza, e Fernando Henrique Cardoso não tem essa grandeza. Ele é orgulhoso, prepotente e não quer enxergar o que está acontecendo”.
Fazendo de conta que conversava olho no olho com a sigla que sempre o assombrou, concluiu o numerito cafajeste: “Se a porca entortar o rabo aqui, você corre para Paris. Mas nós não temos para onde correr”. Hoje lhe sobra dinheiro para correr em direção ao melhor hotel de qualquer capital europeia. Como o filho, é um multimilionário. Há pelo menos cinco anos não lhe têm faltado jatinhos, anfitriões generosos ou patrocinadores perdulários.
O problema é que muita coisa mudou. A lei começou a valer para todos. Os truques de mágico de picadeiro não funcionam mais. Tudo somado, Lula não pode correr para lugar algum antes de livrar-se de uma indesejada escala em Curitiba. É tudo de graça, mas ninguém quer ser hóspede da Operação Lava Jato.
06 de setembro de 2015
in Augusto Nunes
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