"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

CAPISTRANO DE ABREU TINHA RAZÃO: FALTA VERGONHA NA CARA



Só falta provar que Lula cortou o dedo de propósito
João Capistrano Honório de Abreu foi um jornalista e professor brasileiro que literalmente deixou seu nome na História. Nasceu em 1853 na cidade cearense de Maranguape, o também genial Chico Anysio foi seu conterrâneo. Poucos conheciam o Brasil como ele, o mais influente historiador de sua época, destacando-se em meio a intelectuais portentosos como Rodolfo Garcia, Pandiá Calógeras, Afonso Taunay e Paulo Prado.
Foi por conhecer realmente o Brasil e a formação de sua nacionalidade que o genial jornalista da Gazeta de Notícias passou a defender que a Constituição se resumisse a apenas dois artigos, porque, se ambos fossem obedecidos, todos os problemas do país se resolveriam automaticamente.
O Artigo 1º seria: “Todo brasileiro deve ter vergonha na cara”. E o Artigo 2º encerraria a chamada Carta Magna: “Revogam-se as disposições em contrário”.
SITUAÇÃO TENEBROSA
Se tivéssemos seguindo o conselho de Capistrano de Abreu, não estaríamos vivendo hoje essa situação tenebrosa, suportando um governo comprovadamente corrupto, que todos os dias é enxovalhado pela mídia, os fatos são públicos e notórios, a imagem do país no exterior é a pior possível, mas nada acontece, porque a Justiça Eleitoral tem mais o que fazer e o Congresso ainda não pode aceitar nenhum dos 10 pedidos de abertura de processo de impeachment que já estão na Câmara, porque considera-se necessário haver mais evidências de irregularidades. Mais evidências? Como? Já está tudo mais do que provado. Só falta comprovar que o ex-presidente Lula mandou cortar o dedo mínimo para se aposentar mais cedo. E isso nem interessa mais. Vamos esquecer.
Ainda bem que Capistrano morreu em 1927. Se ainda estivesse entre nós, massacrando as pretinhas em alguma redação, o jornalista e historiador certamente não aguentaria constatar que deu tudo errado. Sua sugestão jamais foi aceita. Pelo contrário, os brasileiros aprovaram uma Constituição com 350 artigos, além de uma cacetada de parágrafos, incisos, alíneas e itens, um verdadeiro festival, mas esqueceram justamente os dois importantíssimos artigos propostos por ele.
BRECHAS PROPOSITAIS
Agora um dos delatores da Operação Lava Jato, Luccas Pace Júnior, presta depoimento à CPI da Petrobras e revela que “brechas propositais” do sistema financeiro permitem que a lavagem de dinheiro funcionasse sem ser identificada. Não é que não existam leis, mas as corretoras de câmbio simplesmente não cumprem a obrigação de verificar se as empresas que contratavam operações de importação funcionam realmente.
Se Capistrano soubesse que não há nenhum controle sobre isso, certamente pegaria a doença do pânico. Jamais iria entender que as falsas importadoras brasileiras podem captar US$ 200 mil, US$ 300 mil por dia, sem que nunca realmente comprem uma só mercadoria.
Essa estrondosa revelação do delator Pace Júnior, mostrando a que ponto chegamos, significa que a esperança de que todo brasileiro tenha vergonha na cara acabou sendo revogada pelas disposições em contrário.
###
PS – A fiscalização da lavagem de dinheiro cabe ao Banco Central, que tem mais de 4 mil funcionários, com média salarial acima de R$ 18 mil para profissionais de nível superior. Ganham até pouco, em relação ao Judiciário e ao Legislativo. Mas aumentar o salário deles não seria solução, porque já estão acostumados a não fazer nada. E isso Capistrano de Abreu perceberia na hora. (C.N.)  

14 de agosto de 2015
Carlos Newton

Nenhum comentário:

Postar um comentário