O PT está tremendo na base. Pesquisas internas do partido revelaram que a crise do segundo mandato de Dilma Rousseff provocou um “derretimento da base social” do governo, nas palavras de um cacique da sigla. Trabalhadores e famílias beneficiadas por políticas de inclusão de gestões petistas dizem não tolerar mais a corrupção e reclamam que as medidas recentes do Planalto não condizem com as bandeiras defendidas na campanha. “Perplexos”, dirigentes dizem que o novo cenário “dificulta a reação” do partido.
A cúpula do PT tem feito reuniões periódicas em busca de um discurso para reconquistar os grupos tradicionalmente vinculados ao partido. Até agora, não conseguiram nenhuma fórmula mágica. Em conversa recente com aliados, o ex-presidente Lula avaliou que a crise de popularidade de Dilma é “recuperável”, mas destacou que o governo precisa de mais “atitude”.
PSDB SURFANDO
A cúpula do PSDB vai definir esta quarta-feira os moldes de uma campanha nacional de filiações ao partido para aproveitar a crise e a onda de manifestações contra o governo Dilma. Tucanos dizem ter encomendado pesquisas que apontam até um milhão de jovens com perfil alinhado à legenda.
Na mesma reunião, o partido de Aécio Neves deve determinar uma intervenção em “dezenas” de diretórios do PSDB, em municípios em que o mineiro teve desempenho fraco na eleição presidencial. A ideia é trocar o comando do partido nesses locais e fortalecê-los antes da disputa municipal de 2016.
E O TURISMO?
Vinicius Lages (Turismo) reuniu a cúpula do ministério na última quinta-feira e disse ter recebido determinações para continuar tocando as atividades da pasta, apesar das articulações de parte do PMDB para que Henrique Alves assuma o posto.
A reunião durou toda a tarde. A equipe traçou um cronograma de ações do ministério para os próximos três meses.
Em dois eventos na semana passada, Lages teve que responder a autoridades e empresários que continuava no cargo — ao menos por enquanto.
08 de abril de 2015
Vera Magalhães
Folha
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