Grupos que tradicionalmente integram a base social do governo petista se queixam da falta de interlocução com o Planalto e da desestruturação de políticas voltadas a negros, índios, mulheres, entre outros segmentos sociais.
Com as preocupações voltadas em dar respostas às manifestações que tiveram como alvo principal a presidente Dilma Rousseff e em driblar as armadilhas montadas pelo seu maior aliado no Congresso, o PMDB, o governo federal tem encontrado dificuldades para conter a “onda conservadora” que avança principalmente no Congresso. Embora reconheçam o momento difícil, movimentos sociais em defesa de direitos indígenas, de negros, mulheres, entre outras causas, reclamam da desarticulação do governo e tentam recuperar terreno.
“O governo se omitiu ao ver o crescimento das igrejas neopentecostais e não conseguiu sustentar as organizações mais filiadas à esquerda”, reclama a socióloga Jolúzia Batista, militante da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB).
A seu ver, o principal erro do governo tem sido o distanciamento de organizações que tradicionalmente funcionaram como parte de sua base de apoio. “Os movimentos sociais progressistas estão todos muito fragilizados, tendo que dar conta da própria sobrevivência, enquanto isso, a direita cresce porque tem muito mais facilidade de financiamento, especialmente por parte dessas igrejas”, diz a feminista.
MST APONTA INIMIGOS
Alexandre Conceição, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), aponta o prestígio perante o governo de ministros contrários à reforma agrária como um dos motivos do avanço da “onda conservadora”.
Ele aponta os próprios ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Kátia Abreu (Agricultura) como “inimigos número um dos trabalhadores e do projeto de nação do próprio PT”. Em contrapartida, Conceição diz contar com outros auxiliares de Dilma, como Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social) para ajudar a “construir um governo com compromisso social”.
08 de abril de 2015
Mel Bleil Gallo
iG Brasília
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