"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 28 de abril de 2015

BOLA EM JOGO,,,

O DONO DA BOLA CHAMA-SE EDUARDO CUNHA





O deputado Eduardo Cunha não se contenta mais em comandar a Câmara e derrubar ministros do governo. Ele agora quer mandar nas duas casas do Congresso. Este é o significado da ameaça que o peemedebista fez ao Senado quinta-feira, com objetivo de acelerar a terceirização ampla, geral e irrestrita da mão de obra no país.
Cunha ficou irritado porque o senador Renan Calheiros, que não é conhecido pelo empenho em defender os trabalhadores, afirmou que o tema será analisado sem afobação.
O deputado ameaçou retaliar travando projetos do Senado que tramitam na Câmara. “Pau que dá em Chico também dá em Francisco. Engaveta lá, engaveta aqui”, disse o deputado à repórter Andréia Sadi.
No início da semana, ele já havia prometido anular eventuais modificações que sejam feitas pelo Senado. “A última palavra será da Câmara. A gente derrubaria a decisão se o Senado desconfigurar”, desafiou.
ATROPELANDO
Cunha tem atropelado quem tenta atravessar seu caminho. Na sessão que libErou a terceirização, cortou os microfones para calar ao menos três colegas que o contestavam, incluindo o líder do governo.
Foi chamado de autoritário e acusado de atropelar o regimento, mas conseguiu o que queria. Os deputados aprovaram o projeto nos moldes pregados pelo lobby empresarial, liderado por Fiesp e CNI.
A atitude do presidente da Câmara, que se comporta como dono da bola, já incomoda alguns senadores. “As declarações dele são no mínimo desrespeitosas com o Senado”, diz o petista Lindbergh Farias.
O clima azedo pode dar impulso a uma novidade. Nos últimos dias, senadores de partidos como PT, PSB e PDT começaram a articular uma frente para barrar pautas conservadoras que Cunha faz avançar a toque de caixa entre os deputados.
Além da terceirização, querem vetar a redução da maioridade penal e o Estatuto da Família, que ignora direitos de casais do mesmo sexo.
28 de abril de 2015
Bernardo Mello Franco
Folha

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