"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 19 de março de 2015

DIRCEU, O ENROLADÍSSIMO

HÁ CADA VEZ MAIS EVIDÊNCIAS DO ENVOLVIMENTO DE DIRCEU NO ESQUEMA



Coordenador da força-tarefa explica a situação de Dirceu
A lista de empreiteiras que fizeram pagamentos à empresa de consultoria do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) e o depoimento do vice-presidente da empreiteira Engevix Gerson Almada sobre a relação da construtora com o petista reforçaram a suspeita de que Dirceu tenha envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras, avalia o procurador da República Carlos Fernando Lima, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato.
A relação de companhias que pagaram à JD Consultoria, empresa de Dirceu e do irmão dele, foi elaborada pela Receita Federal e tornada pública pelo juiz federal Sergio Moro na terça-feira (17).
Segundo Lima, é suspeito o fato de Dirceu prestar assessoria a sete empreiteiras sob investigação na Lava Jato no período entre 2006 e 2013.
“Causa estranheza uma empresa prestar consultoria para companhias de um mesmo setor da economia em um mesmo período de tempo. Se ocorreu, poderíamos dizer que a empresa JD Consultoria foi uma representante infiel”, disse o procurador da República.
JUNTO COM O OPERADOR
A relação também traz dois pagamentos à JD feito pela empresa de consultoria Jamp, de propriedade de Milton Pascowitch, que foi apontado como um dos operadores de propina do esquema de corrupção pelo ex-diretor de engenharia da Petrobras Pedro Barusco.
“Esse é um vínculo bastante difícil de ser explicado”, comentou Lima sobre a ligação entre as empresas de Dirceu e Pascowitch.
O procurador da República, que acompanhou o depoimento do vice-presidente da Engevix Gerson Almada à Justiça Federal, considerou que o testemunho “trouxe uma série de inconsistências” sobre a ligação da construtora com Dirceu.
Almada afirmou ao juiz federal Sergio Moro que contratou Dirceu para representar a Engevix no exterior após o petista colocar-se “à disposição”. Uma das contradições apontadas pelo procurador foi o fato de Almada ter dito que a Engevix assinou contrato com a JD Assessoria por aproximadamente um ano mas a relação da Receita Federal apontar pagamentos da empreiteira a Dirceu em quatro anos consecutivos (2008, 2009, 2010 e 2011). Os depósitos somam R$1,1 milhão, segundo o relatório da Receita.
TRÊS REUNIÕES
No testemunho, Almada detalhou três reuniões com Dirceu, sempre intermediadas por Pascowitch, amigo do ex-ministro. Segundo o executivo, eles fecharam contrato para que o petista representasse a Engevix no Peru e em Cuba. Almada elogia os contatos de Dirceu: “Fala com todo o mundo, bota você nas melhores coisas”.
“Após a saída do ministro José Dirceu [do governo, em 2005], nós tivemos uma primeira reunião, em que ele colocou-se à disposição para fazer um trabalho junto à empresa no exterior”, relatou Almada. “Basicamente voltado a vendas da Engevix em toda a América Latina, Cuba e África, que é onde ele tinha um capital humano de relacionamento muito forte”
O empresário disse que Dirceu nunca fez pedidos de doações eleitorais a ele. Sobre as doações da Engevix a Zeca Dirceu (PT-PR), filho do ex-ministro, o executivo afirmou que o pedido foi feito por Milton Pascowitch.

19 de março de 2015

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