Segundo participantes, uma dirigente de Minas Gerais puxou uma “salva de palmas” para Vaccari, que estava presente. O tesoureiro foi citado na Operação Lava Jato e conduzido à Polícia Federal nesta quinta para prestar esclarecimentos.
A CNB, corrente majoritária da legenda, é ligada ao ex-presidente Lula. Nesta sexta-feira (6), Lula deve participar de parte de reunião do Diretório Nacional para debater a crise política. Estão previstas mais manifestações de solidariedade a Vaccari neste encontro.
Após prestar esclarecimentos à PF, Vaccari seguiu para Belo Horizonte onde o PT comemora nesta noite seus 35 anos de fundação em uma festa.
A aliados, Vaccari disse que estava disposto a depor se fosse convidado ou intimado.
Segundo a Folha apurou, a legenda não considera, pelo menos por enquanto, o afastamento do petista da função de tesoureiro. Na avaliação de um dirigente da sigla, o desligamento, mesmo que temporário, seria cometer um prejulgamento.
PETROBRAS
Em depoimento concedido em acordo de delação premiada a integrantes da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras, Pedro José Barusco Filho, ex-gerente de engenharia da Petrobras, estima que o PT tenha recebido entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões entre 2003 e 2013 de propina retirada dos maiores contratos da Petrobras, como o da refinaria Abreu e Lima, em construção em Pernambuco.
Barusco afirma que o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, teve “participação” no recebimento desse suborno. Vaccari Neto, de acordo com ele, ficou, até março de 2013, com US$ 4,5 milhões. Ainda segundo ele, em outra fase, houve pagamentos até fevereiro do ano passado.
O depoimento foi prestado no dia 20 de novembro último e veio à tona nesta quinta-feira (5).
Barusco disse que Vaccari participou pessoalmente de um acerto fechado entre funcionários da Petrobras e estaleiros nacionais e internacionais relativos a 21 contratos para construção de navios equipados com sondas, contratações que envolveram ao todo cerca de US$ 22 bilhões.
Tanto Vaccari quanto o PT negam veementemente terem cometido ilegalidades.
Andréia Sadi
Folha
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