Os que recorrem à política para resolver problemas na esfera judicial nao buscam a Justiça. Buscam corrompê-la. É tão simples assim.
Deu em O Globo
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, voltou a usar seu perfil no Twitter nesta terça-feira para defender sua opinião sobre a demissão do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e reagiu às críticas de parlamentares do PT e militantes que o condenaram pelos comentários sobre as audiências com os advogados de empreiteiras envolvidas na Operação Lava-Jato. “Sobre as reações aos meus posts recentes sobre confusão entre Política e Justiça: meus críticos fingem não saber que hoje sou um cidadão livre”, diz uma das publicações. E continua: “‘Cidadão livre’: livre das amarras do cargo público. Cidadão na plenitude dos seus direitos, pronto para opinar sobre as questões da ‘Pólis’”.
Em outros posts, Barbosa critica a conduta dos advogados das empresas. “Se você é advogado num processo criminal e entende que a polícia cometeu excessos/deslizes, você recorre ao juiz. Nunca a políticos! Os que recorrem à política para resolver problemas na esfera judicial não buscam a Justiça. Buscam corrompê-la. É tão simples assim”.
DEMISSÃO DE CARDOZO
O ex-presidente do STF defendeu a demissão de Cardozo. “Nós, brasileiros honestos, temos o direito e o dever de exigir que a Presidente Dilma demita imediatamente o Ministro da Justiça. Reflita: você defende alguém num processo judicial. Ao invés de usar argumentos/métodos jurídicos perante o juiz, você vai recorrer à Política?”, disse o ex-presidente do STF”, escreveu no microblog.
Ele finaliza as mensagens com um recado para os seus críticos. “Às ‘Plumes-à-gage’ furiosas com meus comentários: experimentem ser livres! Sei que isso seria extremamente penoso e ‘custoso’ para vocês”.
A expressão francesa “plumes à gage” significa críticos que se manifestam escrevendo a soldo de alguém.
OPOSIÇÃO
Os partidos de oposição decidiram cobrar explicações sobre a agenda do ministro da Justiça, que não é fornecida pela assessoria dele. Para isso, irão acionar a Comissão de Ética Pública da Presidência da República contra José Eduardo Cardozo, que manteve reuniões com advogados de empreiteiras envolvidas na Operação Lava-Jato sem registrá-las. Líderes oposicionistas na Câmara e no Senado também se articulam para tentar aprovar a ida de Cardozo ao Congresso Nacional. Já nesta quarta-feira, eles apresentarão requerimentos de convocação do ministro em comissões temáticas. As comissões, no entanto, ainda não foram instaladas.
17 de fevereiro de 2015
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