"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

DILMA PRECISA OFERECER ALGUM TIPO DE ESPERANÇA


Em momentos de ajuste na economia – de “saco de maldades”, como agora – Dilma precisa oferecer à população algum tipo de esperança. Alguma palavra de conforto. De que o sacrifício de hoje – o aumento de impostos, o reajuste da luz, da gasolina, de juros para casa própria, a restrição de acesso a benefícios como o seguro-desemprego – vai valer a pena mais para frente.

De otimista no Brasil, restou o “mercado” – aquelas instituições financeiras e bancos que lucram com a dívida pública brasileira. O “ajuste” é para isso, para manter a dívida pública administrável.

A pesquisa Datafolha divulgada recentemente apontou que o brasileiro, pela primeira vez em muitos meses, está francamente pessimista: 81% acham que a inflação vai aumentar, 62% acreditam na piora do desemprego, 57% acham que o poder de compra dos salários vai cair e 55% dizem que sua situação econômica pessoal vai piorar.

PESSIMISMO EM ALTA

Todos esses números de pessimismo dispararam do início do ano para cá. De uma hora para outra, o brasileiro sentiu a piora da situação econômica, que já se anunciava há tempos, mas que o “saco de maldades” divulgado pelo governo desde dezembro parece ter tornado palpável. Acompanhado, é claro, de medidas que afetam diretamente o bolso, como o aumento das tarifas de ônibus.

A economia se tornou preocupação crucial para as famílias, o que não era três meses atrás, quando Dilma se reelegeu por um triz e o otimismo ainda prevalecia, segundo as pesquisas.
Seja como for, cabe a Dilma agora, como caberia a qualquer governante, dirigir-se ao país. Não vale aparecer cozinhando na propaganda eleitoral, como se íntima do eleitor fosse, para depois desaparecer da vida das pessoas.

Lula soube falar à população em seu primeiro mandato (2003-2006), quando também promoveu um ajuste forte na economia, mas de algum modo cultivou a esperança (de que o país mudaria, de que a situação melhoraria, em especial para os mais pobres). Lula teve a seu favor, é verdade, a conjuntura econômica internacional, basicamente a valorização nos preços das chamadas commodities, como minério de ferro e soja para exportação. Isso ficou no passado.

Dilma não conta com ventos econômicos favoráveis. Transmitir esperança diante desse horizonte é mais difícil ainda, mas necessário. Talvez a única coisa que Dilma tenha a fazer (e que não pesa no orçamento federal).

Em momentos de ajuste na economia – de “saco de maldades”, como agora – Dilma precisa oferecer à população algum tipo de esperança. Alguma palavra de conforto. De que o sacrifício de hoje – o aumento de impostos, o reajuste da luz, da gasolina, de juros para casa própria, a restrição de acesso a benefícios como o seguro-desemprego – vai valer a pena mais para frente.
De otimista no Brasil, restou o “mercado” – aquelas instituições financeiras e bancos que lucram com a dívida pública brasileira. O “ajuste” é para isso, para manter a dívida pública administrável.

A pesquisa Datafolha divulgada recentemente apontou que o brasileiro, pela primeira vez em muitos meses, está francamente pessimista: 81% acham que a inflação vai aumentar, 62% acreditam na piora do desemprego, 57% acham que o poder de compra dos salários vai cair e 55% dizem que sua situação econômica pessoal vai piorar.

PESSIMISMO EM ALTA

Todos esses números de pessimismo dispararam do início do ano para cá. De uma hora para outra, o brasileiro sentiu a piora da situação econômica, que já se anunciava há tempos, mas que o “saco de maldades” divulgado pelo governo desde dezembro parece ter tornado palpável. Acompanhado, é claro, de medidas que afetam diretamente o bolso, como o aumento das tarifas de ônibus.

A economia se tornou preocupação crucial para as famílias, o que não era três meses atrás, quando Dilma se reelegeu por um triz e o otimismo ainda prevalecia, segundo as pesquisas.
Seja como for, cabe a Dilma agora, como caberia a qualquer governante, dirigir-se ao país. Não vale aparecer cozinhando na propaganda eleitoral, como se íntima do eleitor fosse, para depois desaparecer da vida das pessoas.

Lula soube falar à população em seu primeiro mandato (2003-2006), quando também promoveu um ajuste forte na economia, mas de algum modo cultivou a esperança (de que o país mudaria, de que a situação melhoraria, em especial para os mais pobres). Lula teve a seu favor, é verdade, a conjuntura econômica internacional, basicamente a valorização nos preços das chamadas commodities, como minério de ferro e soja para exportação. Isso ficou no passado.

Dilma não conta com ventos econômicos favoráveis. Transmitir esperança diante desse horizonte é mais difícil ainda, mas necessário. Talvez a única coisa que Dilma tenha a fazer (e que não pesa no orçamento federal).

17 de fevereiro de 2015
Rogério Jordão, yahoo

Nenhum comentário:

Postar um comentário