A Presidente Dilma resolveu não aceitar temporariamente as credenciais do embaixador da Indonésia,Toto Ryanto, confirmando a existência da sombra nas relações entre os dois países que o nosso mago da diplomacia, Marco Aurélio Garcia, havia antecipado, por ocasião da recusa de reconsiderar, a pedido do governo brasileiro, numa clara tentativa de interferência nas leis de um país soberano, a pena de morte imposta pela sua justiça ao traficante Marco Archer, flagrado tentando lá entrar com 14.5 kg de cocaína, quantidade suficiente para degradar a vida de uma boa quantidade de usuários viciados e introduzir outros no jugo das drogas.
À mesma cerimônia na qual o embaixador indonésio teve seu comparecimento vetado, um dia após o Presidente Nicolás Maduro ter determinado , sem julgamento, a prisão do líder oposicionista Antonio Ledezma, Prefeito da área metropolitana de Caracas, também se apresentou com as respectivas credenciais, aceitas, a embaixadora da Venezuela, Maria Lurdes Urbaneja Durant.
Questionada se a atitude unilateral, arbitrária e anti-democrática do Sr. Maduro, não estaria causando constrangimento, a nossa Presidente afirmou que a aceitação de um embaixador não pode, é evidente, ser influenciada por questões internas do país que representa.
Ora, partindo do princípio válido de que as resoluções da justiça da Indonésia fazem parte do arcabouço de suas questões institucionais internas, conclui-se, seguindo seu raciocínio, ser inconsistente o adiamento do recebimento das credenciais de embaixador daquele governo.
Mais uma vez nosso país dá demonstração de sua baixa estatura diplomática, ao lidar com situações análogas, usando interpretações opostas mas convenientes à condução de sua equivocada política externa.
21 de fevereiro de 2015
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
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