PLANALTO TEM QUATRO DIAS PARA RECOMPOR BASE ALIADA NA CÂMARA
O Congresso Nacional estendeu o carnaval até o fim de semana, mas o governo federal terá de utilizar o tempo extra para conter os projetos com forte impacto nas contas públicas e a CPI da Petrobras. Nesses dias, o Palácio do Planalto será obrigado a direcionar os esforços da articulação quase que exclusivamente para apagar incêndios políticos no Congresso Nacional. O governo terá de trabalhar na Câmara para controlar os trabalhos da nova CPI da Petrobras; eleger aliados de confiança para as comissões temáticas da Casa; aprovar os ajustes nas contas públicas; além de evitar que temas explosivos como o fim do fator previdenciário e a redução da jornada de trabalho saiam da gaveta.
Isso, levando em conta uma base aliada rachada e a pressão crescente de sindicalistas e da oposição, que não se furta a falar em impeachment da presidente Dilma Rousseff, sem contar os próprios aliados insatisfeitos — de olho nos cargos do segundo escalão.
APROXIMAÇÃO COM CUNHA
Em tese, o governo terá quatro dias para tentar uma aproximação com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) — aliado, mas com um dos pés na oposição. Isso porque a Casa só terá sessões deliberativas na semana que vem. Dilma Rousseff foi, inclusive, aconselhada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a estender a bandeira branca para o peemedebista, dono da pauta a ser votada pelos deputados.
Nas duas primeiras semanas, o parlamentar fluminense impactou os cofres aprovando o Orçamento Impositivo, que obriga o governo a pagar emendas parlamentares e abriu uma brecha para os novatos indicarem R$ 10 milhões em emendas individuais para este ano, e ainda entregou à oposição a comissão que estudará a proposta da reforma política.
CONTAS PÚBLICAS
Logo depois de tomar posse, em 1º de fevereiro, Cunha garantiu que não teria a postura de prejudicar o controle das contas públicas. “Minha postura sempre foi a de combater qualquer coisa que impeça o país de conseguir controlar suas contas públicas. Jamais fomos favoráveis a ‘pautas bombas’ que estourem o orçamento ou que aumentem os gastos públicos”, afirmou.
Dias depois da fala, no entanto, o parlamentar não apenas aprovou o Orçamento Impositivo como ainda abriu a brecha para que os parlamentares também tivesse o direito de indicar emendas ao Orçamento deste ano. A alteração na regra contou com o aval do senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator-geral do Orçamento de 2015. O valor dado aos novatos ficou R$ 6 milhões menor do que o reservado para os reeleitos — o impacto total do projeto é de R$ 9,69 bilhões.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Na teoria, a matéria do Correio está corretíssima. Na prática, porém, o Planalto não tem a menor possibilidade de recompor a base aliada e voltar a controlar a pauta da Câmara e os trabalhos da CPI da Petrobras. O governo está fraco e combalido. Os parlamentares sabem disso e estão apenas se adaptando à nova realidade política, como sempre fazem. O resto é folclore. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Na teoria, a matéria do Correio está corretíssima. Na prática, porém, o Planalto não tem a menor possibilidade de recompor a base aliada e voltar a controlar a pauta da Câmara e os trabalhos da CPI da Petrobras. O governo está fraco e combalido. Os parlamentares sabem disso e estão apenas se adaptando à nova realidade política, como sempre fazem. O resto é folclore. (C.N.)
21 de fevereiro de 2015
Naira Trindade
Correio Braziliense
Nenhum comentário:
Postar um comentário