"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

MANOBRA ERRADA

Para não ser refém do PMDB, Dilma fortalece o PSD       

POSSE/DILMA/MINISTROS
Kassab, do PSD, agora é o favorito do Planalto

Ao formar o ministério de seu segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff mirou no apoio que precisa ter na Câmara dos Deputados, tentando garantir a maioria numérica dos votos e uma relação menos turbulenta com os parlamentares. O Palácio do Planalto não quer ser refém dos peemedebistas.
Principal partido aliado do PT, o PMDB foi a sigla da base que mais deu dor de cabeça à presidente nas votações e discussões feitas no Congresso durante o primeiro mandato.

Para minimizar o peso e a pressão desse aliado, Dilma conta agora com o trabalho de Gilberto Kassab (PSD), no Ministério das Cidades, para agilizar a recriação do PL (Partido Liberal), e de Cid Gomes (PROS), na Educação, para liderar um bloco de partidos capaz de garantir a margem de segurança de que o governo precisa. Kassab e Cid foram colocados por Dilma em dois postos considerados chave da Esplanada dos Ministérios.

FORMANDO A MAIORIA

Ao entregar pastas a oito partidos aliados – PSD, PP, PR, PTB, PRB, PDT, PROS e PCdoB –, Dilma buscou garantir o apoio dos 193 deputados dessas legendas. Com o PT, que elegeu 70 parlamentares, ela teria 263 votos, mais do que os 257 que formam a maioria absoluta dos 513 deputados eleitos e que são o número necessário para aprovar projetos de lei, medidas provisórias e barrar propostas da oposição.

Apesar de o PMDB ser considerado pelo governo o mais infiel dos aliados, se somados seus deputados, o Planalto ainda conseguiria chegar a 329 votos, correspondendo à ampla maioria da composição da Casa – o que permitiria, inclusive, mudanças constitucionais.

Pelos cálculos do governo, o novo partido nascerá como a terceira maior bancada do país, atrás apenas do PT e do PMDB, com 66 parlamentares. Após ser criado, haveria a fusão do novo PL com o PSD.
O PSDB é atualmente a terceira maior bancada na Câmara Federal, com 54 parlamentares eleitos.

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 NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
A maioria parlamentar de Dilma é frágil e ilusória. Sua manobra “política” de fortalecer o fisiológico PSD é arriscadíssima e não vai dar certo. A reação do PMDB, liderado por Renan Calheiros e Eduardo Cunha, pode fracionar a base aliada e desestabilizar o governo. E na hora da verdade, se o caso Petrobras bater às portas do Planalto, o apoio do PMDB será fundamental para aprovação do impeachment de Dilma, conforme já estamos cansados de assinalar. (C.N.)
7 de janeiro de 2015
Deu em O Tempo

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