"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

UM GOVERNO DESEQUILIBRADO

 



Parece inegável faltar equilíbrio ao governo Dilma, neste início do segundo mandato. O ministério afinal composto carece de unidade e de um roteiro de ação. Não há plano diretor ou programa para a maioria dos ministros executarem. Assim, vão preferindo ficar em silêncio diante da necessidade de orientar os subordinados. Aliás, sem saber direito quais escolherão e quais cairão de paraquedas em seus gabinetes.

A equipe econômica, reduzida à troika Joaquim Levy, Nelson Barbosa e Alexandre Tombini, responde diretamente à presidente da República, como ficou claro no grotesco episódio em que o ministro do Planejamento precisou desmentir-se nos novos cálculos do salário mínimo, que anunciou e engoliu depois de admoestado pela chefe.

Aloizio Mercadante não dará palpites na política econômica, mas monitora os demais ministros do setor, inclusive Katia Abreu, da Agricultura, Armando Monteiro, do Desenvolvimento e Guilherme |Afif, da Pequena e Média Empresa, entre outros conservadores.

A Casa Civil também terá influência relativa sempre que cuidar do diálogo com o Congresso, teoricamente nas mãos de Pepe Vargas, das Relações Institucionais. Miguel Rosseto, da Secretaria Geral, não se contentará com os sindicatos e as organizações da sociedade civil, mas aguarda a luz verde no semáforo plantado na soleira de seu escritório.
Eduardo Braga, das Minas e Energia, recebeu o conselho de afastar-se da Petrobras, a ele subordinada, enquanto George Hilton, dos Esportes, está banido da organização das Olimpíadas de 2016.

BATENDO CABEÇAS

Não teria fim a lista de bate-cabeças entre os 39 ministros e suas funções, excluídos, é claro, aqueles que nenhuma relação tem com os setores pelos quais deveriam responder. A situação dos supérfluos é menos aguda do que a dos ministros de primeira classe, mas nem por isso mais tranquila.

No meio da confusão indaga-se qual será o primeiro a pedir as contas ou a receber bilhete azul, disposta a maior parte da equipe a nem passar pela porta do palácio do Planalto. Até com a certeza de que não serão convidados a entrar.
Conforme o português castiço, um governo sem equilíbrio é um governo desequilibrado.

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