A última eleição presidencial se caracterizou por uma campanha das mais agressivas e de baixo nível de que se tem notícia, ao longo da qual foi apresentada, por parte do governo, na busca por mais um mandato de quatro anos, a imagem de um Brasil ideal e utópico.
Pouco tempo após a apuração, no entanto, emergiu, como era de se esperar, o país real, com todos os inchaços que vinham sendo devidamente encobertos visando a um resultado favorável.
O recrudescimento da miséria, os inevitáveis aumentos nos preços dos combustíveis e da energia, a insistência desconfortável da inflação, a oposição ressentida do Congresso, opondo-se a decreto elaborado nos subterrâneos do Planalto e que altera a dinâmica democrática, o estado lamentável da balança comercial e a incapacidade de cumprir os compromissos relacionados ao superavit primário, originando o recurso a maquiagens financeiras ora sendo imploradas no parlamento, com a resultante perda de credibilidade, são algumas das importantes informações ocultadas no calor do embate pelos votos.
Fica-se a imaginar qual seria o resultado da eleição se, pelo menos uma parte delas fosse revelada ao público, por quem contava com o privilégio de as possuir, como se espera de um governo que pretende contar com a confiança da sociedade.
13 de novembro de 2014
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
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