Os réus do mensalão receberam, aos olhos da opinião pública, penas adequadas à gravidade do mais sério escândalo político da História recente do país
O sistema penal brasileiro reserva aos réus do precioso colarinho branco — ou seja, fazem parte de algum setor da chamada elite nacional — vantagens e benesses que ficam longe das normas impostas aos condenados que pertencem, digamos assim, à grande massa dos colarinhos sujos. São considerados sujos, não se deve esquecer, porque quem os usa simplesmente não tem recursos para lavá-los.
Há menos de um ano — nove meses — o ex-deputado José Genoino e um pequeno bando de outros réus começaram a cumprir penas razoavelmente severas por suas participações no chamado “processo do mensalão”, um dos escândalos políticos mais sérios da História da política brasileira.
As penas decididas pelo Judiciário mereceram o aplauso da opinião pública. Seria interessante saber se a plateia continua batendo palmas, em face do episódio mais recente dessa triste novela.
Deve ser registrado que não se trata de caso raro. Os tribunais brasileiros, deve-se registrar, não olham para a cor dos colarinhos de quem julgam. E os réus do mensalão receberam, aos olhos da opinião pública, penas adequadas à gravidade do mais sério escândalo político da História recente do país. A tal da opinião pública reagiu de forma inteiramente coerente com essa gravidade. Pouco menos de um ano já se passou, mas é tempo suficiente para que a turma da arquibancada já tenha esquecido o episódio. E sempre há um episódio recente para alimentar a curiosidade e a indignação da plateia.
Vamos ver se ela mostrará alguma indignação diante do fato desta semana: a transferência para o regime aberto de Genoino e um outro condenado, menos conhecido: Jacinto Lamas (um nome que alguns diriam profético), ex-tesoureiro do antigo PL (hoje PR). Esse regime significa cumprir a pena em casa. Pode-se dizer que é muito pouco diferente da liberdade absoluta.
Genoino anuncia um livro de memórias sobre a mais recente Assembleia Constituinte. É pena que não tenha escolhido o mensalão como tema.
O sistema penal brasileiro reserva aos réus do precioso colarinho branco — ou seja, fazem parte de algum setor da chamada elite nacional — vantagens e benesses que ficam longe das normas impostas aos condenados que pertencem, digamos assim, à grande massa dos colarinhos sujos. São considerados sujos, não se deve esquecer, porque quem os usa simplesmente não tem recursos para lavá-los.
Há menos de um ano — nove meses — o ex-deputado José Genoino e um pequeno bando de outros réus começaram a cumprir penas razoavelmente severas por suas participações no chamado “processo do mensalão”, um dos escândalos políticos mais sérios da História da política brasileira.
As penas decididas pelo Judiciário mereceram o aplauso da opinião pública. Seria interessante saber se a plateia continua batendo palmas, em face do episódio mais recente dessa triste novela.
Deve ser registrado que não se trata de caso raro. Os tribunais brasileiros, deve-se registrar, não olham para a cor dos colarinhos de quem julgam. E os réus do mensalão receberam, aos olhos da opinião pública, penas adequadas à gravidade do mais sério escândalo político da História recente do país. A tal da opinião pública reagiu de forma inteiramente coerente com essa gravidade. Pouco menos de um ano já se passou, mas é tempo suficiente para que a turma da arquibancada já tenha esquecido o episódio. E sempre há um episódio recente para alimentar a curiosidade e a indignação da plateia.
Vamos ver se ela mostrará alguma indignação diante do fato desta semana: a transferência para o regime aberto de Genoino e um outro condenado, menos conhecido: Jacinto Lamas (um nome que alguns diriam profético), ex-tesoureiro do antigo PL (hoje PR). Esse regime significa cumprir a pena em casa. Pode-se dizer que é muito pouco diferente da liberdade absoluta.
Genoino anuncia um livro de memórias sobre a mais recente Assembleia Constituinte. É pena que não tenha escolhido o mensalão como tema.
21 de agosto de 2014
Luiz Garcia, O Globo
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