Eu tive a coragem de confessar a realidade que estava diante do meu próprio nariz e dizer, com sinceridade: "É assim". Olavo de Carvalho virou uma seita. À sua volta, a cada dia surgem mais e mais pelotões de fanáticos empunhando armargumentos com o objetivos exclusivo de incensar o mestre e dar um block naqueles que, por várias razões, sempre sórdidas, claro, ousam afrontar o intocável guru.
Qualquer um que o faça, está carimbado: quer parasitar a fama de Olavo de Carvalho, sente inveja dele ou faz parte de um complô para destruí-lo (o do dia é o duguinista. Vai ver eu faço parte).
A coisa não começou exatamente agora, já vem de algum tempo. Aos poucos, aquela linguagem grosseira e truculenta do programa True Outspeak - onde ali tinha a função (discutível) de dar ao desrespeito o tratamento que ele merecia - passou a contaminar a voz de Olavo de Carvalho no Facebook.
O discurso cortês e ameno do professor nas aulas do Seminário de Filosofia (escolhido de propósito para emprenhar suavemente a audiência com idéias gnósticas temperadas por guénons e schuons) acabou dando lugar no Facebook à linguagem de intimidação e desqualificação de qualquer pessoa que ousasse até mesmo relembrar-lhe suas próprias palavras. E tome pedagogia do palavrão, porque "Padre Pio, porque santo tal... Qual o quê!
É mais que só palavrão. Como um amigo confidenciou: "Antes, Olavo era 'polêmico'. Hoje, ele parece ser um homem de uma vaidade atroz, que não admite divergência alguma, mesmo a mais polida. É uma mistura estranhíssima de agressividade e vitimismo."
No Facebook, Olavo de Carvalho vive cercado por milhares de pessoas que não leram meia dúzia de seus artigos e juram saber que ele é o maior filósofo do mundo. Logo ele, que faz crer que dedicou a vida inteira ao exercício rigoroso e exigente do sacerdócio intelectual, uma vida em meio aos livros (não é exatamente bem assim).
Olavo de Carvalho pode servir a muita gente. Não mais para mim. Durante anos, a despeito dos engulhos provocados pelo palavreado pantanoso, eu não economizei palavras para expressar-lhe minha gratidão e admiração.
Nesta época, o véu de (falsa) respeitabilidade que recobria a sua reputação intelectual ainda não tinha sido retirado. Por isto, mesmo quando eu já tinha chegado ao meu limite, disposta a dizer a mim mesma 'basta', ainda assim, eu recuei, engoli o sapo e declarei que continuava cerrando fileiras em torno do 'líder conservador de que o Brasil precisava" (porque 'a hora não é de desunir", eu pensava).
Mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Para mim, já tinha chegado ao fim. Não quis mais ser aluna Olavo de Carvalho. A hora era de peneirar tudo, apurar o (pouco) que restava de verdade em tudo o que falou e escreveu nos quase dez anos em que eu o acompanhei. Devota? Eu não.
Hoje, a imagem de Olavo de Carvalho é a de um homem perdido sobre um trem que precipita. Sua máscara caiu, suas mentiras apareceram, seu passado acusador voltou. Mas ele não quer ir - e não está indo - sozinho para o abismo. Um passeio por sua páginas o confirma. Ele vai, mas leva consigo uma manada grande.
Afinal, como se deve imitar tudo o que o mestre fizer e fazer tudo o que o mestre mandar - e o mais polido que o mestre faz e manda é tomar lá, chupar cá, enfiar ali - a descarga de palavras chulas e imagens grotescas nas páginas de Olavo escorrem pelos can(t)os. Hoje é assim.
Qualquer um que o faça, está carimbado: quer parasitar a fama de Olavo de Carvalho, sente inveja dele ou faz parte de um complô para destruí-lo (o do dia é o duguinista. Vai ver eu faço parte).
A coisa não começou exatamente agora, já vem de algum tempo. Aos poucos, aquela linguagem grosseira e truculenta do programa True Outspeak - onde ali tinha a função (discutível) de dar ao desrespeito o tratamento que ele merecia - passou a contaminar a voz de Olavo de Carvalho no Facebook.
O discurso cortês e ameno do professor nas aulas do Seminário de Filosofia (escolhido de propósito para emprenhar suavemente a audiência com idéias gnósticas temperadas por guénons e schuons) acabou dando lugar no Facebook à linguagem de intimidação e desqualificação de qualquer pessoa que ousasse até mesmo relembrar-lhe suas próprias palavras. E tome pedagogia do palavrão, porque "Padre Pio, porque santo tal... Qual o quê!
É mais que só palavrão. Como um amigo confidenciou: "Antes, Olavo era 'polêmico'. Hoje, ele parece ser um homem de uma vaidade atroz, que não admite divergência alguma, mesmo a mais polida. É uma mistura estranhíssima de agressividade e vitimismo."
No Facebook, Olavo de Carvalho vive cercado por milhares de pessoas que não leram meia dúzia de seus artigos e juram saber que ele é o maior filósofo do mundo. Logo ele, que faz crer que dedicou a vida inteira ao exercício rigoroso e exigente do sacerdócio intelectual, uma vida em meio aos livros (não é exatamente bem assim).
Olavo de Carvalho pode servir a muita gente. Não mais para mim. Durante anos, a despeito dos engulhos provocados pelo palavreado pantanoso, eu não economizei palavras para expressar-lhe minha gratidão e admiração.
Nesta época, o véu de (falsa) respeitabilidade que recobria a sua reputação intelectual ainda não tinha sido retirado. Por isto, mesmo quando eu já tinha chegado ao meu limite, disposta a dizer a mim mesma 'basta', ainda assim, eu recuei, engoli o sapo e declarei que continuava cerrando fileiras em torno do 'líder conservador de que o Brasil precisava" (porque 'a hora não é de desunir", eu pensava).
Mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Para mim, já tinha chegado ao fim. Não quis mais ser aluna Olavo de Carvalho. A hora era de peneirar tudo, apurar o (pouco) que restava de verdade em tudo o que falou e escreveu nos quase dez anos em que eu o acompanhei. Devota? Eu não.
Hoje, a imagem de Olavo de Carvalho é a de um homem perdido sobre um trem que precipita. Sua máscara caiu, suas mentiras apareceram, seu passado acusador voltou. Mas ele não quer ir - e não está indo - sozinho para o abismo. Um passeio por sua páginas o confirma. Ele vai, mas leva consigo uma manada grande.
Afinal, como se deve imitar tudo o que o mestre fizer e fazer tudo o que o mestre mandar - e o mais polido que o mestre faz e manda é tomar lá, chupar cá, enfiar ali - a descarga de palavras chulas e imagens grotescas nas páginas de Olavo escorrem pelos can(t)os. Hoje é assim.
26 de junho de 2014
Miriam Macedo, Blog
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