"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

EDUARDO CAMPOS AGIU PARA IMPEDIR QUE O PSB APOIASSE PIMENTA DA VEIGA, CANDIDATO DE AÉCIO AO GOVERNO MINEIRO


 
 Através de Carlos Siqueira, secretário-geral da legenda e seu porta-voz, o presidenciável Eduardo Campos fez chegar à cúpula estadual do PSB sua posição a favor da candidatura própria em Minas. Siqueira foi incisivo: a vários interlocutores afirmou que o PSB disputará, sim, o governo do Estado.

Na convenção estadual de sábado, a ala tucanista do PSB estava pronta para colocar em votação sua tese de apoio a Pimenta da Veiga. Nos dias anteriores, o grupo havia arregimentado vários delegados. Mas Eduardo Campos interveio para evitar uma guerra aberta com Marina, que não aceita se aliar aos tucanos. Em Minas, essa aliança seria um complicador pelo risco de reduzir a campanha nacional do PSB a mero palanque auxiliar da candidatura de Aécio.

O prefeito Marcio Lacerda foi um dos líderes da articulação tucanista. Fez pressão a favor da adesão ao PSDB até a convenção. O prefeito passou pelo evento rapidamente, só o tempo suficiente para marcar posição. E constatar que a tese tucanista não seria mais votada pelos convencionais por causa das gestões da cúpula nacional.

DELGADO EM BANHO-MARIA

O presidente do PSB mineiro, deputado Júlio Delgado, chegou a planejar com assessores o lançamento de sua candidatura a governador, durante a convenção, para barrar o pré-candidato da Rede, Apolo Lisboa. Isso, depois de manobrar ao longo da semana para impedir que a Rede tivesse acesso à lista de delegados e à organização do evento.
Com a desistência de Apolo na sexta-feira, Delgado colocou sua candidatura em banho-maria ao mesmo tempo em que deixava em aberto o apoio ao PSDB – aliás, o seu plano inicial.

Delgado se assemelha hoje a Capitu, personagem de Machado de Assis que se tornou símbolo de dissimulação. Ele ama Aécio, mas está casado com Campos. Pressionado pelos tucanistas, que são maioria em Minas, e pela direção nacional, que quer palanque próprio, ele ganhou tempo para negociar com ambos os lados ao jogar a decisão para uma comissão estadual.
Vai ficar do lado que puxar mais forte nos próximos dias. E o que ele realmente quer? Isso, talvez nunca se venha a saber.

26 de junho de 2014
Raquel Faria
O Tempo

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