Pelo que estou entendendo, a Diretoria da Petrobras não contratou uma ou várias empresas de auditoria para fazer “Due Diligence” na Refinaria de Pasadena para confirmar se os dados disponibilizados pelos vendedores eram corretos.
Por sua vez, o Conselho de Administração da Petrobras também não exigiu da Diretoria os relatórios da “Due Diligence” feita por uma empresa de auditoria externa e confiável.
O processo de “Due Diligence” tem variações claras conforme a natureza do negócio e o tamanho da empresa, mas, basicamente, refere-se a questões de ordem financeira, contábil e fiscal, além de aspectos jurídicos societários, trabalhistas, ambientais, imobiliários, de propriedade intelectual e tecnológica.
Enfim, trata-se de um trabalho que deve identificar os ativos e passivos contábeis e jurídicos, permitindo maior segurança na negociação para os compradores, acionistas ou investidores.
Nesse processo, o conhecimento técnico e a atuação ética com garantia de imparcialidade e confidencialidade da empresa contratada é essencial para que a operação seja bem sucedida.
CITANDO UM EXEMPLO
Lembro que durante a década de 90 uma mega multinacional americana resolveu comprar uma fabrica, que era parceira dela há mais de vinte anos, para aumentar os ganhos com a sinergia. Devido a esta longa parceria, confiaram nos dados dos vendedores e compraram a empresa sem fazer “Due Diligence”.
Seis anos depois receberam uma intimação da justiça de que o solo da fabrica, após décadas de operação, estava contaminando e poluindo o lençol freático e que a empresa teria de arcar com todas as despesas para despoluir o terreno da fabrica e o lençol freático.
Resultado: Os diretores da época da aquisição receberam por alguns anos bons “Bônus” pelos ganhos que o grupo obteve com a sinergia. Quando o negócio se tornou centro de despesa e uma grande dor de cabeça, eles já não estavam nos quadros da empresa.
Se compraram a Refinaria de Pasadena no oba-oba, quem garante que o solo dela não está contaminado?
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