"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

BEIJOS E SEGUNDAS

 

“Fiz história? Não sei se fiz história. É um pequeno passo na dramaturgia, mas um grande passo na sociedade.”
Mateus Solano, intérprete de Félix, achando que é o astronauta que pisou na Lua.

“A novela foi um marco na quebra de paradigmas. Demonstrou para a sociedade a convivência entre diferentes. O beijo gay diz que o mundo é para todos.”
Walcyr Carrasco, o autor da novela.

“Vi o último capítulo aos prantos. O beijo me emocionou bastante pelo cunho social e político. Fiquei satisfeito, feliz, histérico. Se faltasse o beijo, sobraria incoerência. Walcyr coroou uma questão que muitos autores já vinham abordando.”
Jean Wyllys, o deputado heterofóbico que criou a campanha #BeijaFelix no twitter, esperando que, daqui para frente, o beijo entre pessoas do mesmo sexo seja encarado com mais naturalidade, sem tanta expectativa. E mais: que, em breve, os autores se sintam à vontade para ir além.

“O beijo só foi válido porque estava contextualizado.”
Keila Simpson, vice-presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT)

“Quem fez esse beijo existir não foram os gays, lésbicas, mas, sim, o povo brasileiro, que manifestou torcida, mandou cartas para a Globo.”
Carlos Tufvesson, responsável pela Coordenador Especial de Diversidade Sexual do Rio.

“Sem dúvida alguma, a cena representou um grande avanço para a sociedade, tendo em vista que foi consequência da história e respondeu a uma necessidade dramatúrgica, refletindo, assim, o momento social.”
Mauro Alencar, doutor em Teledramaturgia Brasileira e Latino-Americana pela USP.

Quiuspariu!, é muita besteira junta! Ainda bem que teve gente do ramo que não gostou:

“Teve beijo gay na tevê brasileira e o País não entrou em convulsão, como se previa? Decepção! Pensei que era tipo um beijo antes de morrer! A grande vantagem é que um dos maiores factoides já criados pela mídia, o tal do beijo gay na televisão, finalmente saiu de cena. Viva! Continuo mantendo o que sempre disse: nada de beijo gay nas minhas novelas, beijo gay só se for aqui em casa.”
Aguinaldo Silva, autor de novelas.

Esse quadro trágico, dando relevância desmesurada a uma besteira, só cabe mesmo numa segunda-feira, não é Garfield?


03 de fevereiro de 2014

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