Nenhuma autoridade do governo Dilma apresenta explicação convincente para a maior anomalia apresentada hoje pela economia brasileira: o baixo crescimento conjugado com uma inflação elevada e necessidade de juros básicos altos demais, de 10% ao ano.
A conversa que se tem repetido na cúpula econômica é a de que, apesar das críticas, o aumento da atividade produtiva está sendo tolhido pela crise global e que, mal ou bem, o Brasil está crescendo mais do que em 2012 e que, em 2014, provavelmente crescerá mais do que em 2013.
No entanto, a Pesquisa Focus, feita semanalmente pelo Banco Central, adianta que as cerca de 100 instituições consultadas não esperam para 2014 um avanço do PIB superior a 2,0%. Ou seja, 2014 deve começar com a mais baixa expectativa de crescimento dos últimos três anos. Ao final de dezembro de 2011, o mercado projetava avanço do PIB de 3,3% para 2012 (acabou em 1,0%); ao final de 2012, apostava também em 3,3% para 2013 (deve dar algo em torno de 2,2%).
As autoridades do Banco Central, pelo menos, têm um discurso mais sincero. O presidente Alexandre Tombini, por exemplo, adverte para os efeitos produzidos pelo baixo nível de poupança e os documentos do Banco Central, se não falam em baixo crescimento potencial da economia, pelo menos mencionam duas graves limitações: a relativa escassez de mão de obra e o descompasso entre consumo robusto e oferta limitada.
Há mais fatores que vêm travando o crescimento econômico e, ao mesmo tempo, puxando para cima a inflação. Um deles é a alta carga tributária, cuja capacidade de estrago é reconhecida pelo governo, tanto que tentou desonerar vários setores da produção. O outro é a precariedade da infraestrutura brasileira que, com raras exceções, está obsoleta e cara demais, para cuja reversão o governo vem desenvolvendo, um tanto tardiamente, extenso programa de concessões que, no entanto, exigirá um longo processo de maturação.
A expectativa do setor privado para um crescimento medíocre também para 2014 reflete a existência de um elemento negativo que não se viu nos anos anteriores. Trata-se do baixo nível de confiança das empresas na capacidade de o governo reverter o desempenho frustrante da economia.
Em parte, essa deterioração das expectativas se deve às indicações passadas reiteradamente pelo governo de que não pretende fazer nenhuma correção significativa nos rumos da economia ao longo de 2014, porque não quer provocar marolas em ano de eleições.
Esse baixo nível de confiança conjugado com o marasmo nas expectativas não é apenas fator de adiamento de investimentos, mas concorre para o achatamento de fato do crescimento potencial da economia.
Outra vez, os problemas não se devem à crise global, da qual se espera uma boa recuperação em 2014. Os problemas estão aqui dentro e esperam por decisões políticas que criem condições para equacioná-los.
A conversa que se tem repetido na cúpula econômica é a de que, apesar das críticas, o aumento da atividade produtiva está sendo tolhido pela crise global e que, mal ou bem, o Brasil está crescendo mais do que em 2012 e que, em 2014, provavelmente crescerá mais do que em 2013.
No entanto, a Pesquisa Focus, feita semanalmente pelo Banco Central, adianta que as cerca de 100 instituições consultadas não esperam para 2014 um avanço do PIB superior a 2,0%. Ou seja, 2014 deve começar com a mais baixa expectativa de crescimento dos últimos três anos. Ao final de dezembro de 2011, o mercado projetava avanço do PIB de 3,3% para 2012 (acabou em 1,0%); ao final de 2012, apostava também em 3,3% para 2013 (deve dar algo em torno de 2,2%).
As autoridades do Banco Central, pelo menos, têm um discurso mais sincero. O presidente Alexandre Tombini, por exemplo, adverte para os efeitos produzidos pelo baixo nível de poupança e os documentos do Banco Central, se não falam em baixo crescimento potencial da economia, pelo menos mencionam duas graves limitações: a relativa escassez de mão de obra e o descompasso entre consumo robusto e oferta limitada.
Há mais fatores que vêm travando o crescimento econômico e, ao mesmo tempo, puxando para cima a inflação. Um deles é a alta carga tributária, cuja capacidade de estrago é reconhecida pelo governo, tanto que tentou desonerar vários setores da produção. O outro é a precariedade da infraestrutura brasileira que, com raras exceções, está obsoleta e cara demais, para cuja reversão o governo vem desenvolvendo, um tanto tardiamente, extenso programa de concessões que, no entanto, exigirá um longo processo de maturação.
A expectativa do setor privado para um crescimento medíocre também para 2014 reflete a existência de um elemento negativo que não se viu nos anos anteriores. Trata-se do baixo nível de confiança das empresas na capacidade de o governo reverter o desempenho frustrante da economia.
Em parte, essa deterioração das expectativas se deve às indicações passadas reiteradamente pelo governo de que não pretende fazer nenhuma correção significativa nos rumos da economia ao longo de 2014, porque não quer provocar marolas em ano de eleições.
Esse baixo nível de confiança conjugado com o marasmo nas expectativas não é apenas fator de adiamento de investimentos, mas concorre para o achatamento de fato do crescimento potencial da economia.
Outra vez, os problemas não se devem à crise global, da qual se espera uma boa recuperação em 2014. Os problemas estão aqui dentro e esperam por decisões políticas que criem condições para equacioná-los.
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