"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

AÉCIO NEVES DEVERÁ ENCONTRAR UM CONJUNTO DE VALORES PARA TER POSSIBILIDADE DE VENCER CANDIDATO DA ORGANIZAÇÃO PT

 Aécio rompe com marqueteiro, e o novo só será definido no ano que vem

O senador Aécio Neves (MG), que será o candidato do PSDB à Presidência da República, rompeu com seu marqueteiro, informam na Folha
desta terça Natuza Nery e Vera Magalhães. O desenlace, consta, foi amigável. Renato Pereira tem um bom currículo na área. Fez as campanhas recentes de Sérgio Cabral — inequivocamente bem-sucedidas (o desastre posterior não tem nada a ver com ele) — e assinou um trabalho verdadeiramente hercúleo: conduziu, em 2012, a campanha de Henrique Capriles contra Hugo Chávez na Venezuela. Vencer era impossível, mas o desempenho do adversário do tirano foi muito bom: 44%. Pereira sabe como enfrentar ditaduras de opinião…

Informa a Folha:
“Nos bastidores, mesmo quando as chances de cancelamento do contrato já eram grandes, o senador se mostrava satisfeito com o resultado do seu programa partidário, veiculado em setembro, produzido por Pereira. Mas o pré-candidato pouco adotou os conselhos do marqueteiro para o segundo semestre. Tucanos afirmam que Renato Pereira insistia para que Aécio Neves rodasse o Brasil com uma agenda mais distante da política tradicional, enquanto o senador se concentrava em agendas partidárias.”

Má notícia
 
É, sem dúvida, uma notícia ruim para os tucanos, não tanto pela saída de Pereira — que dizem ser uma pessoa competente. O ponto é outro: fica claro que o PSDB ainda está em busca de um discurso e de uma estratégia. Até agora, como se nota, ainda não conseguiu ajustar o tom.
 
Escreve ainda a Folha:
“Aécio definirá a equipe em 2014. Aliados do senador gostariam que ele recorresse à dupla Rui Rodrigues e Paulo Vasconcellos, que fez as campanhas do partido em Minas desde 2002.”

Vamos ver. Uma coisa é certa: é um erro querer transportar para a esfera nacional a realidade regional. Sem conhecer Pereira, a recomendação de que se fugisse da “agenda tradicional” parece correta. Ou por outra: é preciso levar a disputa também para a esfera dos valores — que é o que se faz em qualquer país democrático do mundo.
 
Sem encontrar esse eixo, não se constrói uma alternativa. E, até agora, ele não existe.
 
17 de dezembro de 2013
Reinaldo Azevedo

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