FACE LENHOSA

PT faz ato a favor de mensaleiros presos e João Paulo Cunha quer se candidatar a inocente

Mensaleiro condenado à prisão e deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores (sic), João Paulo Cunha já passou dos limites e há muito deveria estar fazendo companhia aos seus parceiros no maior escândalo de corrupção da história, o Mensalão do PT.

Nesta sexta-feira (13), durante congresso nacional do partido, em Brasília, João Paulo participou de um ato de desagravo aos mensaleiros condenados à prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Penal 470.

O ato foi dedicado aos chefes do grupo bandoleiro que se instalou no poder central e de onde se recusa a sair: José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares. Dirceu e Delúbio estão presos no Complexo Penitenciário da Papuda, de onde podem contemplar o nascer do sol e da lua de forma geometricamente distinta. Genoino, que alega problemas de saúde, cumpre provisoriamente pena de prisão domiciliar.

Ao falar para uma plateia de amestrados petistas, João Paulo Cunha cumpriu ordens superiores e não perdeu a chance de citar o escândalo da Máfia do ISS, em São Paulo. Durante mais um discurso enfadonho e mentiroso, o ainda parlamentar estava ladeado uma das filhas de José Dirceu e pelo líder do PT na Câmara, deputado federal José Guimarães (CE), irmão de José Genoino e mentor intelectual do escândalo que ficou nacionalmente conhecido como “Dólares na Cueca”.

“Corrupção não tem termômetro. Se rouba R$ 1 ou R$ 1 bilhão é a mesma coisa. Mesmo nessa seara, cinco presidentes de partidos, cinco líderes de partidos, o presidente da Câmara, o ministro da Casa Civil, se juntam num conluio, numa quadrilha e desviam R$ 140 milhões supostamente”, declarou Cunha fazendo referência ao Mensalão do PT.

“Cinco fiscais da Prefeitura de São Paulo desviam R$ 500 milhões. O contrato da Alstom desvia mais de meio bilhão. E é o maior escândalo da historia. É um escândalo político, é um escândalo de corrupção”, completou o petista ao se referir ao suposto esquema de corrupção que derrubou o “companheiro” Antonio Donato, que deixou a secretaria de Governo da administração de Haddad.

O ex-presidente da Câmara dos Deputados tem o direito de bradar sua falsa inocência e atirar para todos os lados, mas é sabido que o caixa do Mensalão do PT não movimentou apenas R$ 140 milhões. Dinheiro grosso e volumoso passou pelos escaninhos do esquema de compra de parlamentares.
A sorte dos petistas é que o Ministério Público e o STF ainda não perceberam o que há por trás do escândalo que mostrou ser o PT uma organização que se alimenta no cocho da ilegalidade. Quando as entranhas do caso forem reviradas, por certo o PT será um castelo de areia no meio do vendaval.

Em relação ao escândalo da Máfia dos Fiscais, o esquema criminoso começou há muito tempo e existiu no período em que Marta Suplicy era prefeita da maior cidade do País.
Se Cunha sofre, no momento, de lampejos de moralidade, que sugira ao partido que faça uma devassa nos departamentos da prefeitura paulistana que serviram de palco para os fiscais.
Isso não é possível porque petistas cairiam no primeiro momento. Sem contar que um acordo da presidente Dilma Rousseff com o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), visando a eleição presidencial de 2014, impossibilita uma devassa no caso.

No que tange ao caso Alstom, uma investigação profunda e isenta, com direito a punição exemplar dos culpados, deve avançar se obstáculos no caminho, mas João Paulo Cunha deveria usar o mesmo discurso para as obras do metrô de Porto Alegre e de Salvador.
O deputado petista também poderia sugerir às autoridades uma operação pente fino nas contas da Hidrelétrica de Itaipu. E não será muito difícil encontrar as digitais da Alstom, da Siemens e outras mais.

Se para João Paulo isso é pouco, que peça à companheira Dilma uma radiografia do processo que viabilizou a construção do Shopping Estação, em Belo Horizonte, que foi contemplado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) com uma concessão de trinta anos.

14 de dezembro de 2013
ucho.info